Centro Global de Gastronomia e Biodiversidade é oportunidade impar para valorização da sociobiodiversidade

Por Instituto Peabiru
Publicado em 06/11/2015
Belém ganhará Centro Global de Gastronomia e Biodiversidade na Amazônia | FOTO: ELISEU DIAS/ ARQUIVO AG. PARÁ

Belém ganhará Centro Global de Gastronomia e Biodiversidade na Amazônia | FOTO: ELISEU DIAS/ ARQUIVO AG. PARÁ

Preocupado com a melhor posição das comunidades ribeirinhas e de agricultores familiares nas cadeias de valor da sociobiodiversidade, o Instituto Peabiru acredita que a criação do Centro Global de Gastronomia e Biodiversidade (saiba mais) seja uma oportunidade ímpar. Previsto para ser inaugurado em agosto de 2016 em Belém, o Centro tem potencial para unir a academia, o poder público e as organizações da sociedade civil numa mesma organização.

Neste sentido, o Instituto Peabiru acredita que é possível trabalhar ainda mais o fortalecimento da organização social e da valorização da sociobiodiversidade da nossa região. “Esta é a nossa missão. Sempre iremos apoiar iniciativas que ofereçam a chance para que as populações extrativistas e os agricultores familiares da Amazônia sejam protagonistas de sua realidade. Por isso consideramos a criação do Centro Global de Gastronomia e Biodiversidade uma iniciativa louvável”, avalia João Meirelles Filho, diretor geral do Instituto Peabiru.

Convidado a contribuir com o Centro desde o seu nascimento, o Instituto Peabiru entende que é preciso, de uma vez por todas, substituir os produtos que andam milhares de quilômetros pelo produto local. “Quando falamos que esta é uma oportunidade ímpar, queremos dizer que o Centro dará maior visibilidade e reconhecimento, como a valorização dos saberes e fazeres ribeirinhos. Ao trabalharmos nesta linha, estamos incentivamos produtos e serviços que podem ser melhores, mais baratos, seguros, de boa qualidade e que geram emprego e renda e qualidade de vida com sustentabilidade para comunidades locais”, esclarece Meirelles.

Certamente, para o Instituto Peabiru, a realização do Centro de Gastronomia só faz sentido se for trabalhado em estreita cooperação com associações locais, sindicatos, colônias de pesca e movimentos sociais como o CNS, além de entidades representativas dos diversos setores, como a Abrasel, Associação Brasileira de Bares e Restaurantes.

“Nossa preocupação é com os direitos básicos e o acesso a políticas públicas de povos e comunidades tradicionais e agricultura familiar. Também acreditamos que o correto manejo dos produtos florestais e dos rios ofereça à Grande Belém uma paisagem melhor conservada, com maior biodiversidade e respeito aos serviços ambientais, como o acesso a água e uma metrópole com um clima melhor”, diz João Meirelles, que reforça ainda a oportunidade de se compreender os conhecimentos tradicionais associados a esta biodiversidade e valorizar este fato em cada prato.

O Instituto Peabiru tem como uma de suas 4 regiões prioritárias a Belém Ribeirinha (além do Marajó, Salgado Paraense e Amapá). Na Belém Ribeirinha são atendidas, com Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), mais de 1.000 famílias de 11 assentamentos agroextrativistas de Belém e Ananindeua para o INCRA.

Além disso, o Instituto Peabiru reconhece o importante papel do Movimento das Mulheres das Ilhas de Belém (MMIB), entidade parceira há 10 anos; de associações comunitárias do entorno de Belém, como de Boa Vista do Acará; dos quilombos do Acará; e dos assentamentos de Mosqueiro, Santa Bárbara entre outras comunidades da Grande Belém Rural.

“Todas estas organizações devem ser incluídas – ouvidas e ter voz – nesta iniciativa do Centro. A prioridade deve ser a mulher e o jovem. Estamos prontos a contribuir a este processo, realizar pontes entre produtores tradicionais e compradores, como as prefeituras da região, para a merenda escolar, como restaurantes, comerciantes e o público em geral. Acreditamos que os conhecimentos adquiridos ao trabalhar com as cadeias de valor do açaí, da andiroba, do mel de abelhas nativas e do ecoturismo de base comunitária sejam áreas em que estejamos bem afeitos”, finaliza João Meirelles.

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