PCU e Viva Melhor Sabendo Jovem levam educação em saúde e protagonismo para escolas municipais e estaduais em Belém
Projeto do UNICEF em parceria com o Instituto Peabiru leva oficinas para escolas e testagens para ambientes públicos da capital paraense
“O projeto foi uma fórmula de eu ver as coisas por outros ângulos. Tipo antes de eu participar, eu era uma pessoa bagunceira rebelde. Hoje, sou um cara tranquilo e sei conviver com as pessoas graças a esse projeto”. A declaração é de Paulo Henrique, aluno da Liceu Mestre Raimundo, escola municipal localizada no distrito de Icoaraci, que foi uma das envolvidas na ação.
Relatos como o dele mostram o impacto que esta fase da Plataforma de Centros Urbanos (PCU) teve nos mais de 3 mil indivíduos alcançados. Nessa etapa, que durou um ano (setembro de 2015 a setembro de 2016), os esforços foram concentrados na estratégia Viva Melhor Sabendo Jovem, desenvolvida no eixo de Protagonismo de Adolescentes da PCU.
A proposta foi, a partir da constituição de um grupo de 32 jovens articuladores, levar conteúdos importantes para a formação cidadã de adolescentes nas escolas municipais e estaduais, além de ampliar a testagem para HIV/AIDS, Síflis e Hepatites ao público de 14 a 29 anos em Belém, orientá-los sobre prevenção dessas Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e acompanhá-los no tratamento se necessário.
Nesse sentido, o projeto apresentou resultados relevantes, que superaram as metas iniciais estabelecidas:
2.026 indivíduos testados, sendo 1.017 na entre 15 e 24 anos, 126 entre 25 e 29 anos;
158 adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas testados para HIV, sífilis e hepatites virais;
60 profissionais que atuam em centros de internação testados
10 profissionais de socioeducação envolvidos participaram de oficina sobre o PEP KIT
29 adolescentes/jovens em grupo de adesão/retenção ao TARV.
406 alunos participando de formações
3.000 adolescentes recebendo informação sobre prevenção ao HIV/Aids, sífilis e hepatites virais.
Nas Escolas e unidades de socioeducação – Os estudantes e adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas foram capacitados pelos articuladores dos projetos em diversos temas, como combate ao HIV, sífilis e hepatites virais, cultura de paz, educomunicação, controle social, prevenção do uso abusivo de álcool e outras drogas e a luta contra o mosquito Aedes Aegypti – transmissor da dengue, da zika e da chikungunya.
“A contribuição do projeto para os meus alunos foi a mudança da concepção deles sobre eles mesmos, eles no espelho, e sobre a vida que eles estavam levando. Eles começaram a entender os direitos e os deveres deles dentro da sociedade, viraram alunos mais críticos, viram líderes e multiplicadores desses conhecimentos na escola”, contou a professora da escola Liceu Mestre Raimundo, Thamires Vale.
Nos espaços públicos – Os jovens articuladores desenvolveram atividades de mobilização para testagem de HIV/Aids, sífilis e hepatites virais em escolas, praças e locais de grande trânsito de pessoas. A ideia era levar a testagem até os locais onde as pessoas estavam. Assim, foram realizadas ações, por exemplo, durante a programação do concurso de quadrilhas juninas de Belém, na 9° Parada LGBT de Mosqueiro e na testagem fluvial nas ilhas de Belém.
“Foi uma coisa enriquecedora, porque me mostrou que existem vários tipos de personalidade, que são vários pensamentos. E levar cada conteúdo para esses jovens foi uma coisa marcante”, afirmou o jovem articulador Johnny Neri, que teve atuação forte nas escolas, bem como nas testagens.
Parceria – O Projeto Viva Melhor Sabendo Jovem foi promovido em Fortaleza, São Paulo, Porto Alegre, Recife, Manaus e em Belém, onde a parceria foi desenvolvida entre UNICEF, Governo do Pará, Prefeitura Municipal de Belém e Instituto Peabiru. Na capital paraense, contou com a atuação de redes que atuam na articulação e mobilização: Jovens + Pará, Coletivo de Homens Trans, Grupo de Resistência de Travestis e Transexuais da Amazônia, Coletivo Tela Firme, Federação de Órgãos Para a Assistência social e Educacional (Fase) e Juventude Unida pela Vida na Amazônia(JUVA).
A iniciativa fez parte da Plataforma dos Centros Urbanos (PCU) que é uma contribuição do UNICEF na busca de um modelo de desenvolvimento inclusivo das grandes cidades, que reduza as desigualdades que afetam a vida de suas crianças e seus adolescentes. Trata-se de uma metodologia que visou à implementação de políticas públicas e ações voltadas a infância e adolescência a partir do trabalho em rede e da participação popular.