Amigo das Abelhas da Amazônia entrega 300 colmeias de abelhas sem ferrão a famílias de Boa Vista do Acará para geração de renda com produção de mel

Por Instituto Peabiru
Publicado em 05/02/2021

 As 20 famílias participantes do projeto Amigo das Abelhas da Amazônia receberam em janeiro 300 colmeias para iniciar criação de abelhas sem ferrão

Famílias das comunidades do Itacoãzinho e Boa Vista, em Boa Vista do Acará (PA) recebem colmeia matrizes para iniciar criação de abelhas sem ferrão e garantirem renda com a comercialização do mel.
Foto: John Gomes/Instituto Peabiru.

Entre 11 e 29 de janeiro, 20 famílias de Boa Vista do Acará receberam 300 colmeias matrizes para início de suas atividades de meliponicultura –  a criação de abelhas indígenas sem ferrão. Além das colmeias matrizes, que são as caixas com abelhas, as 20 famílias selecionadas pelo projeto Amigo das Abelhas da Amazônia também receberam colmeias vazias, que serão utilizadas para reproduzir o plantel atual e totalizar 600 colmeias produtivas. Além das capacitações já realizadas pelo projeto nas comunidades, as famílias participantes terão assessoria técnica por dois anos com a equipe de técnicos do Instituto Peabiru. 

Além de proteger a floresta com a criação das abelhas nativas, que são os principais agentes polinizadores, o projeto tem por objetivo diversificar as fontes de renda sustentável para as famílias, com a produção e comercialização de mel. É estimada a produção de meia tonelada de mel já em 2021.

A entrega das colmeias matrizes para as 20 famílias é a etapa que consolida a parceria no âmbito do projeto Amigo das Abelhas da Amazônia, realizado pelo Instituto Peabiru com financiamento do Instituto Clima e Sociedade. Seguindo a relação de participantes selecionados, foram entregues 150 colmeias para as famílias da comunidade do Itacoãzinho e 150 colmeias na comunidade de Boa Vista, ambas no município de Boa Vista do Acará, no Pará.

Transporte das colmeias aconteceu por terra e pelos rios com participação das comunidades.
Foto: John Gomes/Instituto Peabiru.

Por conta da geografia do município, às margens do rio Guamá, e da localização das comunidades, parte das colmeias foram transportadas por água, em pequenas embarcações locais, e outras transportadas pela estrada. A equipe do projeto providenciou transporte fluvial e terrestre para que as colmeias chegassem em segurança aos seus diferentes destinos, contando com a participação das famílias locais no processo.  “Tivemos participação da comunidade do Itacoãzinho ajudando no transporte e da comunidade de Boa Vista na retirada das colmeias. As mulheres participaram ativamente, tanto no transporte quanto na organização das entregas em suas comunidades” relata John Gomes, técnico do projeto. Em dezembro, com a oficialização dos participantes selecionados para o primeiro ciclo, as famílias já haviam iniciado o transporte dos cavaletes (estrutura que sustenta as colmeias) para suas áreas e ajudado a identificar a melhor logística para cada localidade.

Após a instalação das colmeias nos quintais das famílias, as abelhas receberam a primeira alimentação energética, necessária para mantê-las fortes no processo de transição para a nova área.


Cada localidade teve preparação da estrutura de transporte adequada às suas realidades para garantir a entrega segura das colmeias para as famílias.
Foto: John Gomes/Instituto Peabiru.

Matrizes embarcadas em lancha no porto do Acará com destino ao porto de Itacoãnzinho.
Foto: John Gomes/Instituto Peabiru.

Iniciado em julho de 2020, o projeto Amigo das Abelhas da Amazônia tem promovido desde então uma série de eventos e ações com as comunidades de Itacoãzinho e Boa Vista. As atividades funcionaram como preparação para os interessados no tema e serviram de base para a seleção do primeiro grupo de famílias da localidade a participar do projeto. Antecedendo a entrega das matrizes em janeiro de 2021, o projeto promoveu ações como a visita de intercâmbio das famílias ao meliponário modelo, visitas de avaliação de conformidades dos terrenos, oficinas de capacitação em meliponicultura, sorteio das 20 famílias participantes entre as 32 aptas, além da montagem coletiva do primeiro meliponário.

Mel de abelhas nativas em Boa Vista do Acará

A inserção das colmeias com as abelhas marca a última fase de estruturação dos 20 meliponários de Boa Vista do Acará. A partir de agora, as famílias selecionadas participarão de atividades de acompanhamento em um ciclo de dois anos. Além das 300 colmeias matrizes foram entregues 300 instalações preparatórias para a duplicação dos plantéis, permitindo alcançar um total de 600 colmeias na localidade já em dezembro, quando as abelhas serão reproduzidas. Em complemento à capacitação para início da sua criação de abelhas sem ferrão, todas as famílias seguem com acompanhamento técnico especializado, além da garantia de compra de sua produção de mel ao final do ciclo produtivo.

O desenvolvimento do polo de meliponicultura de Boa Vista do Acará, é uma realização do projeto Amigo das Abelhas da Amazônia, que conta com o apoio do Instituto Clima e Sociedade como financiador e teve por objetivo inicial capacitar e avaliar conjuntamente as famílias aptas a participação no primeiro ciclo do projeto na localidade. A seleção das famílias participantes levou em conta critérios como participação nas atividades preparatórias, distribuição das vagas entre diferentes famílias (em caso de participantes membros das mesmas famílias) e adequação das áreas familiares para instalação dos meliponários. 

Meliponários instalados nas comunidades do Itacoãnzinho e Boa Vista, em Boa Vista do Acará (PA).
Foto: John Gomes/Instituto Peabiru.

Cuidando dos meliponários

Agora cada família segue com os cuidados com as suas colmeias, mantendo seus meliponários organizados e limpos, conforme orientações recebidas durante a preparação. Todas as famílias contarão com o apoio dos técnicos do projeto que irão fornecer informações e orientações periodicamente, mantendo contato com os participantes em visitas programadas e, também, via grupo de whatsapp. As visitas de assistência técnica acontecem quinzenalmente a partir de fevereiro, em programação definida pelo projeto, com atividades como acompanhamento da alimentação das abelhas, capacitação complementar, diagnóstico das famílias, entre outras.

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