Seminário discute turismo de base comunitária em unidades de conservação
A partir de uma parceria entre o Instituto Peabiru e a Resex Terra Grande-Pracuúba, experiências do Turismo de Base Comunitária (TBC) na Amazônia chamaram a atenção de outras Unidades de Conservação (UCs) Federais e grupos interessados. Por isso, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) promoveu um seminário para discutir conceitos e princípios de TBC, identificando desafios e oportunidades das UCs.
Estiveram presentes analistas envolvidos na atividade – gestores públicos, ONGs, comunidades, universidades – e moradores das reservas extrativistas Mãe Grande-Curuçá, onde o Instituto Peabiru desenvolve ações de Ecoturismo de Base Comunitária desde 2009 com o Programa Casa da Virada, além das Resex’s de Mapuá, Terra Grande-Pracuúba, Arióca-Pruanã, Gurupá-Melgaço, Marinha de Soure, Maracanã, , todas no Pará, do Parque Nacional Cabo Orange (AP) e a Esec da Terra do Meio (PA). O evento ocorreu no início de dezembro, nos dias 6 e 7, em Belém, no Pará.
Os participantes debateram ainda aspectos positivos e negativos do turismo de base comunitária, potencialidades e fragilidades, os riscos e as vantagens para as comunidades que pretendem ou já fazem parte desse processo e, por fim, os encaminhamentos e avaliações sobre as expectativas e visões de futuro para as unidades de conservação.
Para Ellen Conceição Luz, 30 anos, agricultora da comunidade de Candeua, na Resex Mãe Grande-Curuçá, o grande desafio é fortalecer os vínculos de comunidade, para que o trabalho tenha envolvimento e participação de todos. “Precisamos envolver outras pessoas, porém o mais importante é descobrir o quanto o lugar em onde eu vivo é bonito”, explica. “Sei das dificuldades em começar esse trabalho, mas eu acredito que com o turismo vamos fazer que a nossa comunidade cresça, se desenvolva, seja reconhecida”, reflete.
Mobilização
Ao final, os participantes concluíram que é preciso mobilizar os vários setores envolvidos nesse processo para que o turismo de base comunitária ganhe mais força, com a realização de cursos para os gestores das unidades de conservação, a criação de uma rede de contatos que amplie as parcerias e, por último, a geração de relatórios sobre a atividade e o estabelecimento de novos foruns de discussão sobre o tema.
Nessa linha, foi anunciado para o período de 27 de janeiro a 2 de fevereiro de 2013 a realização de intercâmbio no Marajó (PA), com a participação das resex Terra Grande-Pracuúba, Mapuá e Marinha do Soure, que iniciarão os trabalhos de capacitação na comunidade do Pesqueiro (Resex Marinha de Soure), com capacitações em organização social, alimentação, comunicação interna e artesanato. Tudo isso para trabalhar o turismo de base comunitária como uma alternativa de renda, mas já trazendo benefícios diretos na capacitação e melhoria da qualidade de vida das comunidades.
Seminário
As discussões acabaram envolvendo também a Coordenação de Uso Público do ICMBio, que trouxe para a mesa de debates a visão oficial do Instituto sobre o tema. “Vemos nessas iniciativas a grande chance de apoiar a discussão sobre o tema, que para nós é novo, mas que já está em andamento e temos que acompanhar. Estamos com um projeto para construção de diretrizes oficiais sobre o turismo de base comunitária em unidade de conservação e esses espaços que movimentam, instigam estão totalmente relacionados com a nossa linha de ação”, afirmou Sônia Kinker, coordenadora de Uso Público do ICMBio, que participou do encontro.
Além dos comunitários, participaram também representantes da Coordenação Regional (CR-4) e Coordenação de Uso Público do ICMBio e instituições parceiras, como Instituto Peabiru, GIZ, CNS, Universidade Federal do Pará, Instituto Federal do Pará, Secretaria de Turismo do Pará, Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (AM) e a Consultoria Circulah (representando as experiências da Resex Rio Unini e a Flona do Amapá).
Fonte: Comunicação ICMBio e Instituto Peabiru