Extrativistas artesanais participam de oficina de boas práticas de produção de andiroba

Por Instituto Peabiru
Publicado em 27/11/2013
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Extrativistas participantes da primeira Oficina de Boas Práticas de Produção de Óleo de Andiroba em Salvaterra, no Marajó

Cerca de 35 extrativistas artesanais de andiroba do Marajó, no Pará, participaram no último fim de semana, de 23 a 25 de novembro, da Oficina de Boas Práticas de Produção de Andiroba, no municípios marajoara de Salvaterra. O objetivo foi encontrar soluções e alternativas para o armazenamento e processamento do óleo, que tem forte apelo no mercado de cosméticos e fitoterápicos.

A atividade faz parte do projeto de Fortalecimentos do Arranjo Produtivo Local (APL) do açaí e da andiroba, promovido pelo Programa Viva Marajó, do Instituto Peabiru, e financiado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Ministério do Meio Ambiente. A oficina contou ainda com a parceria da Cooperação Técnica Alemã (GIZ) e o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS).

As atividades têm o objetivo de  capacitar, qualificar e aprimorar de processos operacionais dessas cadeias de valor. Participaram famílias da das RESEX Terra Grande Pracuúba e Mapuá, da RESEX Marinha de Soure, da Central de Associações do Rio Canaticu, de Curralinho, e da comunidade de remanescentes de quilombolas do Bacabal, de Salvaterra.

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Durante a oficina foi possível observar na prática o processamento mecanizado do óleo de andiroba

A oficina foi ministrada pela Cooperativa dos Extrativistas Marinhos e Florestais da Ilha do Marajó (COOPEMAFLIMA), entidade que produz óleo de andiroba de forma mecanizada há mais de 10 anos e vende para o mercado formal seguindo todos os padrões exigidos. “Por existir a mais de 10 anos, é um modelo de boas práticas tanto produtivas quando organizativas no Marajó”, destacou o sociólogo Manoel Potiguar, técnico do Instituto Peabiru que acompanha as atividades do projeto.

De acordo com Potiguar, a oficina teve três dias de programação, com partes teóricas e práticas. Foram a praia acompanhar como a comunidade coleta as sementes ou castanhas de andiroba, ouviram a explanação dos processos de boas práticas do ministrante João dos Santos, que é da comunidade de Joanes e trabalha com óleos há mais de 16 anos, e seguiram para o local de beneficiamento da COOPEMAFLIMA, onde todos os participantes puderam observar na prática o processamento mecanizado do óleo.

O sociólogo afirmou ainda que as produtoras e produtores participantes têm em comum o fato de tirarem o óleo de andiroba de forma artesanal, porém sem as boas práticas.  “Além disso, foi unânime entre as participantes que há muita dificuldade em se organizarem em suas comunidades, preferindo a maioria trabalhar sozinhos”, explicou.

Durante a avaliação, foi dito que o conteúdo ministrado era de fácil compreensão e que levariam dali grandes aprendizados. “Conhecia uma técnica que aprendi com a minha mãe, agora vou ensinar para meus filhos outras técnicas que aprendi hoje”, disse Patrícia Ribeiro, produtora de andiroba da RESEX Marinha de Soure.

 

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