Jardins Suspensos da Amazônia resgatam a cultura ribeirinha, como parte do Projeto Circular

Por Instituto Peabiru
Publicado em 13/01/2016
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A Praça Conde Koma é o primeiro local a receber a iniciativa “Jardins Suspensos da Amazônia”

Belém, assim como muitas das cidades amazônicas, é ribeirinha. Boa parte de sua população tem origem cabocla e, antes disso, indígena. Os sinais que caracterizam essa matriz estão presentes em diversos aspectos de seu cotidiano. No linguajar, comida, música, nos traços de homens e mulheres que diariamente atravessam as ruas em ônibus, bicicletas, carros e embarcações.

Ainda assim, 400 anos após sua ocupação como assentamento urbano permanente, Belém raramente reconhece sua origem. A cultura valoriza a origem europeia, seja o patrimônio construído ou imaterial.

Uma nova iniciativa, a partir da Associação de Defesa do Palacete Bolonha e Entorno (Amabolonha) de revitalizar a pequena praça, em área pública cedida pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), propõe um outro olhar sobre a cidade ribeirinha.

Denominado “Jardins Suspensos da Amazônia”, o movimento, capitaneado pelo Instituto Peabiru visa incentivar condomínios residenciais, empresas públicas e privadas, comércio e moradores em geral, a assumirem espaços públicos como este e apoiarem intervenções paisagísticas nas cidades amazônicas, a partir de um olhar ribeirinho.

A primeira ação desta iniciativa é a revitalização da Praça Conde Koma, entre a Travessa Benjamim Constant e a Passagem Bolonha, no bairro do Reduto, uma experiência piloto que permite diferentes aprendizados. Da mesma maneira que os ribeirinhos fazem suas hortas, estão sendo instaladas canoas e casquinhos para, em seu interior, plantar ervas medicinais e culinárias.

Conforme João Meirelles Filho, diretor do Instituto Peabiru, “Queremos mostrar algo autenticamente Belém. Esta é uma maneira de trazer para os centros urbanos as problemáticas vivenciadas por pessoas que moram aqui próximas, na outra margem do rio e são tão cidadãos quanto os que ocupam a área urbanizada”.

Ao que complementa, “Temos muitos espaços pequenos e abandonados, que se a comunidade usuária do entorno assumi-los de forma participativa, podemos transformá-los em espaços de lazer, cultura e educação ambiental. E, utilizar elementos de nossa população mais tradicional nestas intervenções, é valorizar e reconhecer nossa história, nossa origem”, enfatiza Meirelles.

A iniciativa conta com o apoio da Semma e da agência Mapinguari Design.

JardinsSuspensos

A iniciativa “Jardins Suspensos da Amazônia”, integrou a programação da décima edição do projeto Circular

PROJETO CIRCULAR – O lançamento dos  “Jardins Suspensos da Amazônia” integra a programação do próximo dia 17, domingo, do Projeto Circular que, a cada dois meses, promove ações socioculturais nos bairros históricos de Belém, para que o público circule nos espaços de arte e se sensibilize para questões relacionadas ao patrimônio.

Neste dia, a população está convidada a participar, trazendo mudas de ervas medicinais e culinárias em vasos ou saquinhos, para serem plantadas nas canoas suspensas. O projeto também inicia o cadastramento de voluntários. Será possível, ainda, acompanhar o trabalho de artistas da região. O abridor de letras Luís Junior pintará um barco no espaço público. Além disto, haverá uma exposição com quatro imagens da fotógrafa Paula Sampaio da série “Nós”.

“Estaremos lá, recebendo os visitantes, cadastrando voluntários para a manutenção da área, e propondo multiplicar a iniciativa para outras áreas de Belém. Afinal, Belém é uma cidade ribeirinha, não uma cidade européia”, conta João Meirelles.

 

Jardins Suspensos da Amazônia – Praça Konde Coma – Serviço

Hora: 24h

Local: Praça Conde Koma – Travessa Benjamim Constant 900 (entre a Boaventura e a Henrique Gurjão), Reduto.

Contato: Tiago Chaves – (91) 98459-3418 – tiago@peabiru.org.br

 

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