Iniciativa reúne 45mil pessoas no debate sobre as políticas públicas de infância e adolescência da Amazônia

Por Instituto Peabiru
Publicado em 14/10/2016

O 2° Fórum Comunitário foi realizado em quase 300 municípios dos nove estados amazônicos, a atividade faz parte do Selo UNICEF Município Aprovado

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Os meses de junho, julho e agosto de 2016 foram de intenso trabalho de organização e mobilização da sociedade para discussão das políticas públicas voltadas para o público infanto-juvenil. Em 297 municípios da Amazônia, foi realizado o 2° Fórum Comunitário do Selo UNICEF.

A etapa é obrigatória na metodologia do projeto Selo UNICEF Município Aprovado. É um evento que faz parte do eixo de Participação Social com o objetivo de permitir à comunidade a avaliação qualitativa das políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes, desenvolvidas entre os anos de 2013 e 2016.

A ideia era resgatar os compromissos assumidos pelas gestões municipais quando, no 1° Fórum Comunitário, a sociedade pode indicar quais eram as demandas mais importantes. Assim, a metodologia definida para esta etapa previa que o Plano de Ação, formulado a partir daquelas demandas, fosse apresentado, bem como as ações de participação social, para que a comunidade tivesse acesso ao que foi realizado e pudesse avaliar se o público infanto-juvenil foi impactado por essas ações.

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Mais de 45mil pessoas participaram dos Fóruns em toda a Amazônia. 64% dos municípios participantes do Selo Unicef, que promoveram o 1° Fórum Comunitário em 2013, aceitaram o desafio de se submeter à análise da comunidade.

A organização dos eventos e mobilização da comunidade local foram acompanhados de perto pelo Instituto Peabiru, parceiro do UNICEF, na iniciativa. Além de apoiar e capacitar os municípios para realização da metodologia, o Peabiru ficou responsável por enviar os mediadores aos Fóruns.

Esses mediadores tinham o papel fundamental de ser “o olhar” do UNICEF no município. Além de atestar a realização do Fórum e as ações temáticas de Participação Social, este fez ainda visitas ao Conselho Tutelar e Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente. Os relatórios produzidos pelos mediadores dão amplas informações sobre as ações voltadas para meninos e meninas e serão usados para avaliação qualitativa dos participantes.

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Metodologia – O 2° Fórum Comunitário foi pensado para facilitar o debate sobre políticas públicas mesmo entre pessoas que nunca tiveram acesso a discussões sobre direitos do público infanto-juvenil. Aliás, essas eram as pessoas mais importantes do evento, já que o foco era avaliar se a vida de meninos e meninas havia melhorado e saber o que a comunidade pensa sobre a gestão.

O formato é um grande desafio aos municípios, ainda assim, os que enfrentaram o desafio conseguiram perceber grandes impactos na gestão pública e na sociedade. Abaixo, alguns depoimentos de articuladores sobre as barreiras enfrentadas e as conquistas do 2° Fórum Comunitário.

Sônia Eli, presidente do CMDCA de Querência (MT)
“Fiz panfletos e espalhei em lugares estratégicos: prefeitura, postos de saúde, secretarias e Cras. Também fiz o convite na tv local.E também foi enviado ofícios para as secretarias e escolas e convidamos também através do Whatsapp. A metodologia que usamos foi muito boa e com a parceria das secretarias foi mais fácil. Fiz a divisão dos assuntos com o tempo estipulado de 15 minutos com fotos e áudios, e na hora das perguntas todos já sabiam o que o município fez. Foi muito bom”
Thalyta Pacheco – Articuladora de Presidente Figueiredo (AM)
“Na verdade a metodologia é bem simples, o que acontece muito com a população durante a votação é que eles não sabem o que tem no município por falta de informação, ai outros aproveitam esse espaço para se promover já que estamos em tempo de eleições. Mas ai depois que a votação acabam nós informamos sobre esses serviços que são pouco conhecidos. O nosso fórum foi um sucesso, com todos os entraves conseguimos realizar. Quem sabe se eu pudesse voltar no tempo teria feito mais temas de participação e trabalhado mais o tema de esporte e cidadania. O bom do Selo é que ele consegue unir todo mundo, desta vez todos os conselheiros estiveram presentes e todo mundo do CMDCA que no primeiro  fórum só compareceu um”.
Érika , presidente da Comissão Intersetorial do Selo UNICEF de Augusto Correa (PA)
Tudo que planejamos foi realizado. Um detalhe foi o horário. Teve uns atrasos, mas aí compensamos, reduzindo o tempo de outras ações. O que nós poderíamos ter feito diferente, que seriam muito importantes, seriam os “minis-fóruns” comunitários no meio rural e na sede, para que as pessoas pudessem ter um alcance melhor. Antes do Fórum nós fizemos um ensaio para alinhar como seria a atuação no Fórum. Nós chamamos só quem ia trabalhar e eu dou essa sugestão. Esse ponto foi muito positivo. Sobre a mobilização, nós usamos principalmente as redes sociais, a mídia com um vídeo com uma criança que é nossa mascote, que teve uma repercussão grande; fizemos cartazes e convites, envolvemos os coordenadores  e diretores de escola, que selecionaram algumas escolas; os ACS levaram os cartazes para que nas visitas eles convidassem as pessoas e pregassem os cartazes; foram convocadas todas as turmas do serviço de fortalecimento de vínculos dos CRAS, e todos os envolvidos, técnicos e alunos, participaram do Fórum. Tivemos um público de aproximadamente 500 pessoas. Foi muito lindo”.
Rose Nejelski, articuladora de Balsas (MA)
“Sobre a mobilização, eu convidei cada assessor de marketing das assessorias e o Secretário de Comunicação. Fomos nas escolas, nas rádios, nos serviços sociais. Eu quis popularizar o compromisso e a responsabilidade que temos no projeto. Diretores e coordenadores de escolas também mobilizaram. Fui pra televisão várias vezes, porque ela é mais fácil pra gente. O Fórum foi muito positivo em muitos aspectos. Com o Selo, aumentou o senso de responsabilidade do município. Às vezes víamos as coisas paradas e as crianças e adolescentes em segundo lugar. Quando ele aderiu ao Selo, nós assumimos a responsabilidade e percebemos que dá para fazer muita coisa”.
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