Vinte famílias de Boa Vista do Acará oficializam participação no projeto Amigo das Abelhas da Amazônia

Por Instituto Peabiru
Publicado em 28/12/2020

Vinte famílias foram selecionadas para participação no primeiro ciclo do projeto e assinaram Acordo de cooperação para receberem materiais e capacitação para criação das abelhas sem ferrão


Desde julho de 2020 em um intenso ritmo de atividades de apresentação do tema da meliponicultura – nome dado à criação de abelhas sem ferrão – o projeto Amigo das Abelhas da Amazônia encerra o ano com o resultado das vinte famílias selecionadas para participação no primeiro ciclo do projeto em Boa Vista do Acará, no Pará.

Em julho o Instituto Peabiru lançou o projeto Amigo das Abelhas da Amazônia em Boa Vista do Acará, convidando famílias e organizações comunitárias do município no nordeste do Pará a conhecerem o Programa de Abelhas da Amazônia, desenvolvido pelo Peabiru desde 2006. Como parte do programa o Instituto Peabiru tem realizado projetos em parceria com organizações sociais de diferentes territórios da Amazônia para a criação de abelhas sem ferrão, atividade que gera renda e promove educação ambiental e conservação da floresta.

Nos últimos meses o projeto Amigo das Abelhas da Amazônia desenvolveu atividades de preparação abertas a todos os interessados de Boa Vista do Acará. Além da apresentação do projeto e da oportunidade de trabalhar com a criação de abelhas sem ferrão para geração de renda complementar, foram realizadas três atividades de capacitação com os moradores.

Contempladas na seleção do projeto, famílias organizam junto com a equipe técnica o transporte dos cavaletes recebidos para suas áreas.


As duas primeiras oficinas tiveram por foco princípios biológicos e práticos da meliponicultura, apresentando respectivamente aspectos de organização das abelhas e etapas de construção dos meliponários destinados à criação de abelhas sem ferrão. Além das oficinas específicas sobre meliponicultura, parte do grupo pré-selecionado pelo projeto também participou de uma oficina de gestão ambiental com mutirão de limpeza voltado à adequação das áreas para a criação das abelhas. Ao todo, participaram das diferentes atividades mais de 30 famílias de comunidades como Santa Maria, Boa Vista do Acará, Guajará Mirim, Genipaúba e Itacoãzinho. 

O processo de capacitação preparatória e seleção do primeiro grupo de famílias faz parte do desenvolvimento de um polo de meliponicultura em Boa Vista do Acará que tem sido promovido pelo projeto Amigo das Abelhas da Amazônia. O projeto do Instituto Peabiru conta com o apoio do Instituto Clima e Sociedade como financiador e teve por objetivo inicial capacitar e avaliar conjuntamente as famílias aptas a participar já no primeiro ciclo do projeto. A seleção de cada família levou em conta critérios como participação nas atividades preparatórias, distribuição das vagas entre diferentes famílias (em caso de participantes membros das mesmas famílias) e adequação das áreas familiares para instalação dos meliponários.

Cavaletes preparados para instalação nas áreas das vinte famílias selecionadas. Os cavaletes foram preparados para receber as caixas com
abelhas para início da produção.


A partir de janeiro de 2021 as vinte famílias selecionadas participarão de atividades em um ciclo de dois anos e serão contemplados com 300 colmeias matrizes e mais 300 instalações preparatórias para a duplicação dos plantéis, alcançando o número de 600 colmeias já no 2º ciclo além de receberem capacitação para início da sua criação de abelhas sem ferrão, acompanhamento técnico especializado, além da garantia de compra de sua produção de mel ao final do ciclo produtivo. 

A seleção das famílias

A seleção envolveu a realização de sorteio entre todos os participantes com condições de participação. Para definição do grupo, a seleção foi feita publicamente nas comunidades participantes no dia 6 de dezembro. No domingo, dia 13 de dezembro de 2020, os selecionados assinaram o Acordo de Cooperação para o Desenvolvimento da Meliponicultura na Unidade de Produção Familiar, como participantes do projeto e todos puderam celebrar os resultados desse primeiro trabalho conjunto que contou com a dedicação e o engajamento de todas as famílias.

Fernando Oliveira, Gerente do projeto, fala sobre as expectativas com o grupo de novos meliponiculores de Boa Vista: “Acreditamos que o projeto tem tudo para ser um sucesso, pois as famílias locais abraçaram esta nova oportunidade de trabalho e renda com 100% de participação em todos os eventos, capacitações e adequações propostas, além da nossa grande força que é o investimento em 300 matrizes das melhores espécies de Meliponíneos para as famílias (neste caso, a Melipona Compressipes, espécie conhecida pela rusticidade, capacidade produtiva e de fácil manejo)”. 

“Esse conjunto de fatores colabora para nossa expectativa de obter sucesso em um período muito curto. Ao longo dos meus 25 anos de Meliponicultura esse é o nosso primeiro modelo que ao longo de apenas 12 meses poderemos ver a produção estimada de 300 kg de mel, duplicação de plantéis para 600 matrizes e, principalmente, grupos com organização de referência para o território, geração de renda e florestas conservadas por meio da criação de abelhas sem ferrão”.

Moradores de Boa Vista do Acará recebem certificado de participação nas atividades e representantes das vinte famílias selecionadas para o
primeiro ciclo assinam termo de cooperação na última atividade do projeto em 2020.


Início dos trabalhos

Além da assinatura do Acordo de Cooperação, as famílias selecionadas também começaram a preparar o transporte dos cavaletes para suas comunidades. Além do transporte por terra, as comunidades mais próximas do rio fizeram uso de embarcações para transportar os materiais enquanto as comunidades. Em trabalho de mutirão, os participantes também aproveitaram a manhã ensolaradada para fixar os cavaletes preparados previamente já na área da primeira família, da senhora Thamires Silva. 

Com a conclusão da instalação dos 600 cavaletes nas áreas das vinte famílias, os meliponários serão finalizados com a adição de 300 colmeias e 600 Melgueiras-X vazias (caixas de madeira instaladas sobre os cavaletes) e a chegada posterior das 300 colmeias com abelhas. A última etapa de estruturação dos meliponários é a inserção das 300 colmeias com as abelhas, que serão entregues para as famílias em janeiro de 2021.

Participantes fazem a primeira instalação dos cavaletes familiares em Boa Vista do Acará (PA)


Conheça os representantes das 20 famílias selecionadas

Comunidade do Itacoãzinho

  1. Adnamar Freire 
  2. Cleidiane Freire 
  3. Daniele Goes
  4. Cláudia Maria
  5. Jéssica Trindade 
  6. Janete Trindade 
  7. Edimilson Santos
  8. Marília Figueiredo 
  9. José Luiz Trindade 
  10. Thamires Silva


Comunidade de Boa Vista

  1. Carlos Alberto 
  2. Max Vilhena 
  3. Marllyson Vilhena 
  4. Jucivaldo Pastana
  5. Leandro Teles
  6. Maria José 
  7. Erika Menezes
  8. Chirlene Oliveira 
  9. Marcleide Galiza
  10. Jorge Teles
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