Amapá

Desde 2007, o Instituto Peabiru atua em parceria com o Conselho das Associações de Moradores das Comunidades Afro-Descendentes do Estado do Amapá (CCADA) em prol da melhoria da qualidade de vida das comunidades quilombolas, por meio da criação de abelhas nativas sem ferrão (meliponicultura). São iniciativas para valorizar os recursos naturais e a cultura de populações tradicionais, além de ações de fortalecimento das capacidades humanas e do tecido social local nas organizações comunitárias.
A ação do instituto estendeu-se para a Floresta Nacional do Amapá, a convite da Conservação Internacional e, a seguir, para a Terra Indígena Uaçá, no Oiapoque, para fortalecer a capacidade das quatro etnias indígenas – Palikur, Karipuna, Galibi Marworno e Galibi Kalinã – a manejar as abelhas nativas, a convite da The Nature Conservancy e da FUNAI.
Esta atividade é considerada não apenas uma oportunidade complementar de emprego e renda, especialmente a mulheres e jovens, a partir de um recurso da biodiversidade local, como tem impacto positivo na diminuição de queimadas, controle de desmatamento, poluição da água e disposição do lixo.
Além da questão econômica e ambiental, é fundamental aumentar a capacidade das comunidades locais de reclamar seus direitos básicos, como a demarcação de territórios quilombolas e negociar em termos justos as compensatórias ambientais de grandes obras. A forte expansão do agronegócio e a implementação de grandes obras na região exigem um posicionamento e maior participação destes povos e comunidades nas tomadas de decisão sobre os impactos destes empreendimentos. Preocupa, particularmente, o avanço da soja e do eucalipto no Cerrado do Amapá e a descoberta de petróleo na fronteira da França com o Brasil (do lado da Guiana Francesa) e os possíveis impactos socioambientais na região costeira.
Para o enfrentamento destes desafios, a proposta é a elaboração de diagnóstico socioeconômico e ambiental das áreas quilombolas e de povos e comunidades tradicionais de seu entorno, para estabelecer uma agenda socioambiental comum, voltada ao fortalecimento da organização social.
Vale lembrar que há quase uma década o Instituto Peabiru realizou estudos sobre a cadeia de valor do açaí, em parceria com a Sambazon, que segue apoiando o programa de meliponicultura. Em 2009, o Instituto Peabiru realizou levantamentos sobre oportunidades de negócios de açaí e ecoturismo na Floresta Nacional do Amapá, e na avaliação fundiária de questões relacionadas à Floresta Estadual do Amapá (FLOTA).

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