Monitoramento de Impactos de Grandes Empreendimentos

O objetivo do Instituto Peabiru é acompanhar os investimentos de grande porte, públicos e privados e sua influência no modo de vida de grupos e comunidades tradicionais. Um dos pontos mais críticos é avaliar de que maneira superar a baixa participação dos grupos locais na discussão sobre estes empreendimentos e, quando for o caso, sua efetiva contribuição às condicionantes dos empreendimentos. Entre as formas de ação propostas estão os diagnósticos socioambientais participativos, a formação de lideranças, as pesquisas científicas que subsidiam a formação de um quadro de referência local e os sistemas de monitoramento de impacto socioeconômico e ambiental.
O Instituto Peabiru, por exemplo, atua no território do Marajó monitorando o impacto da monocultura de arroz em Cachoeira do Arari, elaborando cartas, artigos e acompanhando reuniões, debates e audiências públicas em Belém, Salvaterra e Cachoeira do Arari e nas comunidades locais; no Salgado Paraense, contribui com informações científicas para o fortalecimento da capacidade local de debater o impacto socioambiental da proposta de construção do Super-porto do Espadarte, em Curuçá (PA); e no Amapá, acompanha o impacto da expansão do agronegócio da soja e do eucalipto, especialmente em territórios quilombolas.

Pecuária Bovina

O Instituto Peabiru realiza estudos e pesquisas sobre a relação entre a pecuária bovina e as mudanças climáticas. O principal objetivo é que a opinião pública conheça o impacto da atividade e que se estabeleçam políticas públicas que enfrentem o forte aumento do consumo de carne bovina. Segundo a FAO, o aumento previsto é de 71% para 2050.
Também é prioridade o estabelecimento de melhores práticas na pecuária bovina e bubalina nas regiões onde atuamos, especialmente para os micro e pequenos produtores das várzeas e do entorno de mega-empreendimentos. Em 2011, com o apoio da Fundação AVINA, publicamos um documento que trata desta questão (MEIRELLES & BARNEY, 2011).
A principal razão reside no fato que a pecuária bovina é a atividade que mais área ocupa no Brasil – cerca de 220 milhões hectares, equivalente a 25% do país. Ao invés de incentivar a melhoria da produtividade da pecuária bovina nos 150 milhões de hectares do Brasil extra-amazônico e nos 70 milhões de hectares da Amazônia, as políticas públicas priorizam aumentar a área desmatada, o que causa forte impacto regional, nacional e internacional.
De acordo com o CIFOR (Center for International Forest Research), pelo menos 91% dos desmatamentos desde a década de 1970 são para a criação de gado bovino (CIFOR, 2004). Além de contribuir para as mudanças climáticas, promovendo o desmatamento e as queimadas e emitindo gases como carbono e metano, a pecuária na Amazônia gera poucos empregos, e exige grandes extensões de terra.

 

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