Ativa Barcarena promove oficina de Saúde do Solo e Horticultura para cooperativa de agricultores do município

Por Instituto Peabiru
Publicado em 25/11/2022

Projeto da Hydro Alunorte e da Albras promove assistência técnica rural a agricultores familiares e capacitação em técnicas agroecológicas para autonomia na produção.

Oficina de Saúde do Solo e Horticultura. Foto: Isadora Simas/Instituto Peabiru

O projeto Ativa Barcarena realizou a oficina “Saúde do Solo e Horticultura” para agricultores familiares da Cooperativa de Extração e Desenvolvimento Agrícola de Barcarena, a Cedab. Foram 19 participantes que aprenderam sobre análise de solos e produção de bioinsumos no mês de outubro deste ano.

A equipe do projeto dialogou com os agricultores sobre os principais desafios identificados em seus solos, os problemas encontrados nas suas produções e as possíveis causas dessas dificuldades. “Como não tínhamos um diagnóstico profundo sobre o território de cada produtor participante, fizemos um diagnóstico, identificando como é feito o manejo do sistema produtivo deles e os principais problemas encontrados. Como trabalhamos desde 2018 com agricultores de Barcarena, nós compreendemos os desafios que em geral são relatados, como a acidificação do solo, o ciclo das doenças e o uso de insumos solúveis”, explica Thiara Fernandes, coordenadora de assistência técnica do Ativa Barcarena.

Os participantes da oficina aprenderam a produzir ferramentas agroecológicas de controle e fortalecimento, além de biofertilizantes, como a calda bordalesa, água de vidro e o bokashi, que é um tipo de fertilizante fermentado sólido. “Trouxemos para eles dois tipos de controle, que é a calda bordalesa, que faz o controle de fungos, bactérias e dá estrutura às plantas. O segundo tipo de controle é a água de vidro, que é uma nutrição foliar, ou seja, ela nutre a a partir da folha e fortalece as plantas. Essas são duas ferramentas ligadas ao controle e ao fortalecimento. Trouxemos também duas ferramentas de fertilizantes fermentados, o biofertilizante, que é um fertilizante líquido, que utiliza esterco de frango e o bokashi, que é um fertilizante fermentado sólido, que utiliza esterco de boi”, complementa Fernandes.

O principal objetivo da oficina foi repassar aos agricultores e agricultoras o máximo de ferramentas agroecológicas, para que tenham autonomia para utilizarem os recursos que estão disponíveis nas suas unidades produtivas.

A utilização de ferramentas agroecológicas ajuda não apenas os agricultores, mas também o meio ambiente e a sustentabilidade. Rosemiro Rodrigues, agrônomo do projeto Ativa Barcarena, destaca a importância das práticas agroecológicas. “Os produtores conseguem perceber que, trabalhando de forma agroecologicamente correta, eles evitam degradar o meio ambiente e passam a pensar mais na sustentabilidade, na saúde do solo, das plantas e também na saúde do ser humano que vai consumir os seus produtos. A ideia é que tenhamos produtos de qualidade através dessas ferramentas agroecológicas que serão aplicadas por eles”. Claudiane Furtado, agricultora da comunidade do Araticu, em Barcarena, conta que aprender como utilizar ferramentas agroecológicas será importante para sua produção. “É muito comum nós utilizarmos produtos químicos, que todos nós estamos acostumados a usar, porque achamos que só eles fazem efeito, porque não temos conhecimento de outros produtos. Hoje nós aprendemos que com produtos da nossa própria área nós conseguimos os mesmos efeitos e com baixo custo. Agora nossos produtos vão ser mais saudáveis”, conta.

A agricultora celebra a diversidade de conhecimentos compartilhados na oficina e deseja levar as ferramentas agroecológicas para os demais produtores da sua comunidade. “Essa oficina foi muito importante porque nós aprendemos muito aqui com toda essa diversidade de conhecimento. Quero poder expandir os conhecimentos que tive aqui com os produtores da minha comunidade”, conta.

Conheça as técnicas compartilhadas na oficina

O acesso ao conhecimento é fundamental para que os agricultores possam produzir mais e melhor. É com esse objetivo que o projeto Ativa Barcarena oferece ferramentas para autonomia dos produtores familiares a partir do conceito de biopoder camponês (elaborado pela rede agroecológica Juquira Candiru). São técnicas pensadas em redes de agroecologia na América Latina que compõem estratégias de empoderamento do agricultor.

Biofertilozante de esterco

O que é? Biofertilizante líquido à base de esterco.

Para que serve? Ao aplicar biofertilozante feito de matéria orgânica preparada, são inseridos nutrientes e microorganismos importantes para a saúde do solo.

Água de vidro

O que é? Silicato de potássio, produzido através da mistura de cinza, cal virgem e água quente.

Para que serve? Fornece nutrição foliar e é benéfica para hortaliças e frutíferas. Funciona como uma película que impede o ataque de ácaros e fungos, fortalecendo as plantas em situação de estiagem. Pode ser feita a partir das cinzas da torra de farinha ou do próprio forno da casa (recomenda-se evitar cinzas de churrasco que podem conter sal e gordura).

Calda bordalesa

O que é? Composição de sulfato de cobre com cal.

Para que serve? Remédio para plantas atacadas por fungos e bactérias.

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