Diagnóstico financiado pelo TRT8 revela perfil e realidade do “peconheiro”

Por Instituto Peabiru
Publicado em 15/03/2016
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Diagnóstico sobre a realidade do “peconheiro” foi aplicado junto a 72 extrativistas que atuam nas comunidades distribuídas na extensão do Rio Canaticu, em Curralinho-PA

Publicado originalmente no site do Tribunal Regional do Trabalho da 8a Região.

Consumido ​​in natura​​ ou em forma de bebidas, doces, ​cosméticos e​ outros produtos, o açaí, fruto nativo da região amazônica, há alguns anos ganhou o mundo​​. Com 154 mil hectares de área plantada, o Pará é o maior produtor nacional​. Só em 2014​, sua exportação injet​ou mais de R$ 225 milhões na economia local. ​Mas, como vive o “peconheiro”, trabalhador extrativista que sobe nas árvores para colher a fruta, como são tratados os acidentes de trabalho, e do que vivem estas famílias ao longo do ano?

Estas são algumas perguntas que estão na pesquisa pioneira financiada pelo ​​Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, através do Programa Trabalho Seguro, ​e executada pelo Instituto Peabiru em parceria com a Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho)​. O estudo aconteceu na região do Marajó​,  uma das ​principais ​áreas de colheita do fruto nativo, mais especificamente no município de Curralinho​.

​A ideia do diagnóstico é mostrar as peculiaridades da produção​​. “O açaí é uma cultura com cultivo diferenciado, porque a extração se faz em sua grande maioria de forma nativa, nas ilhas, onde não há uma produção industrial das empresas. Assim, a ideia é mostrar o que está envolvido no meio ambiente de trabalho do açaí​. Até porque, se ele está sendo industrializado e exportado, e estas empresas não são donas da terra e não ​possuem empregados que fazem a coleta do fruto, elas não são responsáveis pelo meio ambiente, quer seja no que diz respeito aos impactos ecológicos que estejam havendo nas áreas produtivas, quer seja com relação ao apanhador de açaí”, explica​ ​o Desembargador do Trabalho Walter Paro, Gestor do Programa Trabalho Seguro no TRT8.

​O Instituto Peabiru utilizou uma metodologia que envolve os atores locais​ em todo o processo​, como instituições públicas e movimentos sociais que atuam na região e que tenham relação com o universo pesquisado. Assim, conforme explica o sociólogo Manoel Potiguar, ​​Gerente de Projetos do Instituto, foram realizadas algumas reuniões prévias ​e​ visitas a campo para visualizar a prática da extração do açaí​. Um​a forma de valorizar os dados qualitativos​.​ ​

Aplicados a 72 extrativistas que atuam nas comunidades distribuídas na extensão do Rio Canaticu, em Curralinho-PA, os questionários traziam 50 perguntas, subdivididas em perfil do extrativista, composição de renda, relação da família com o trabalho e uma parte final sobre acidentes na atividade do “peconheiro” (como se chama a pessoa que apanha açaí no cacho, utilizando a “peconha” – utensílio artesanal utilizado nos pés para subir nas palmeiras de açaí). “Quisemos entender estes aspectos de quem é este ‘peconheiro’, qual a produção dele além do açaí, quanto o fruto representa na renda da família, a importância desta atividade, qual o trabalho de toda a família​,​ incluindo as crianças​,​ e quais os tipos de acidentes que eles costumam sofrer”, ressalta Manoel Potiguar.

O questionário foi montado em conjunto entre o Instituto Peabiru e a Fundacentro, e​,​ antes de sua ​finalização​,​ foi realizado um alinhamento, onde os envolvidos puderam opinar e ​fazer ajustes. A aplicação ​foi realizada ao longo de duas semanas por jovens moradores das comunidades do Rio Canaticu, que ​também ​participaram da afinação dos questionários e que conhecem a realidade local.

Confira a matéria completa clicando aqui.

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