Sobre o Centro Gastronômico: participação e posicionamento do Instituto Peabiru

Por Instituto Peabiru
Publicado em 01/07/2016

O Instituto Peabiru acredita que a criação do Centro Global de Gastronomia e Biodiversidade seja uma oportunidade de unir a academia, o poder público e as organizações da sociedade civil numa mesma entidade. O Instituto Peabiru crê como fundamental fortalecer a organização social e valorizar a sociobiodiversidade da nossa região.

Até o momento, a participação do Instituto Peabiru no Centro Global de Gastronomia e Biodiversidade restringe-se ao aceite como Conselho Consultivo, juntamente com outras organizações, como o IMAZON e o CNS.

Certamente, o Centro de Gastronomia só faz sentido se for trabalhado de forma transparente e aberto, em estreita cooperação com associações locais, sindicatos, colônias de pesca e movimentos sociais como o CNS, além de entidades representativas dos diversos setores, como a Abrasel – Associação Brasileira de Bares e Restaurantes.

Para o Instituto Peabiru, a criação do Centro de Gastronomia e a utilização de espaços públicos propostos para suas atividades, deve sempre ser precedida de amplo debate com a sociedade.  Como organização que se inicia, este cuidado deve ser ainda maior, especialmente em temática tão cara aos paraenses – a gastronomia.

Neste sentido, o Instituto Peabiru não concorda com a decisão de mover o Museu de Arte Contemporânea da edificação setecentista conhecida Onze Janelas, na Cidade Velha, em Belém. Decisões unilaterais deste tipo não condizem com nossos valores. Definições de tal envergadura deveriam ser precedidas de amplo debate e apresentação de justificativas claras, especialmente à classe artística, e ao universo da Cultura, no qual nos incluímos.

O Centro de Gastronomia só faz sentido se as populações extrativistas e os agricultores familiares da Amazônia forem efetivos protagonistas de sua realidade; e como Centro capaz de realizar pontes justas entre produtores tradicionais e compradores, como as prefeituras da região, para a merenda escolar, restaurantes, comerciantes e o público em geral.

Por fim, consideramos esta uma oportunidade ímpar de valorizar e dar maior visibilidade e reconhecimento aos saberes e fazeres tradicionais da Amazônia. Mas, isso só será possível com transparência e a participação de todos.

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