Peabiru e Laboratório da Cidade têm projeto de combate à propagação de Covid-19 selecionado pela Fiocruz
Parceria entre as organizações, projeto terá apoio na instalação de pias para higienização na cidade de Belém
O projeto de pias itinerantes apresentado pelo Laboratório da Cidade em parceria com o Instituto Peabiru foi uma das oito iniciativas paraenses aprovadas pela “Chamada Pública para Apoio a Ações Emergenciais junto a populações vulneráveis” da Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz, do Ministério da Saúde. O projeto busca promover medidas de higienização pessoal e coletiva como forma de combater a propagação do Covid-19 em Belém.
O projeto consiste na instalação de ao menos 10 pias de uso público, com água e sabão, em áreas estratégicas da cidade, consideradas socioambientalmente vulneráveis. O projeto busca, ainda, incentivar a sociedade a seguir as orientações das autoridades sanitárias ao promover a lavagem de mãos como forma de desacelerar o ritmo de transmissão do Covid-19. Ao final do projeto serão publicados um manual de instalação de pias para multiplicar o projeto pela cidade e um relatório de performance, buscando identificar que condições permitem alcançar maior impacto no combate à disseminação da doença.
Modelo de pia itinerante. Foto: translab.urb
A iniciativa vai mapear os territórios mais vulneráveis e buscar promover o engajamento comunitário ao selecionar “padrinhos” das pias, que ajudarão a equipe do Lab da Cidade a mantê-las funcionando. Os padrinhos serão os parceiros locais responsáveis por informar quando a água e o sabão acabarem, apoiarão na sensibilização dos vizinhos no cuidado compartilhado das pias e irão fornecer informações sobre o funcionamento nos pontos.
Segundo Lucas Nassar, coordenador do projeto, as pias devem funcionar por três meses no seu primeiro ciclo de funcionamento, após este período serão avaliados aspectos de performance do projeto. “A ideia é que ao longo de três meses as nossas pias possam promover 45.000 higienizações, mas mais que isso, esse projeto vai servir para levantarmos a bandeira de um problema antigo da capital, que é o acesso à água.” afirma Lucas.
A inovação do projeto está na colaboração direta com a comunidade, tendo a possibilidade de formar parcerias com novos padrinhos, bombeiros, farmácias/supermercados (comércios essenciais) e lideranças comunitárias. Além disso, o projeto é flexível, permitindo que as pias sejam transferidas para bairros ou ruas com maior número de contágios, acompanhando a expansão do Covid-19 na cidade.
“Nós escolhemos tratar da higienização porque em uma cidade como Belém, onde mais da metade da população vive em comunidades com carência de infraestrutura, como o acesso à água, esgoto, drenagem e coleta de lixo entre outros, é muito difícil atender as recomendações de higienização pessoal”, destaca Lucas, coordenador do projeto.
Parceria Peabiru e Laboratório da Cidade
Os Instituto Peabiru e o Laboratório trabalham em parceria desde 2018, em ações ligadas ao uso do espaço do público na cidade de Belém. Entre as atividades realizadas anteriormente estão apoio do Instituto às oficinas realizadas pelo Lab em cinco edições do Projeto Circular, nos bairros da Cidade Velha e Campina.
O Laboratório da Cidade (LdC) é uma organização sem fins lucrativos, que atua em Belém desde 2018, e se propõe a repensar as nossas cidades, suas dinâmicas e transformações, em busca de cidades mais humanas, democráticas, resilientes e sustentáveis. Trata-se de uma fábrica de ideias e práticas (Think & Do Tank) para pensar o espaço urbano e propor transformações inovadoras (Laboratório) e colaborativas (da Cidade). Dentre as atividades promovidas pela ONG incluem-se palestras, oficinas, campanhas de conscientização, promoção de eventos (como o Terceiro Encontro Nacional de Urbanismo Colaborativo), intervenções de urbanismo tático (intervenções urbanas de baixo custo, flexíveis e de rápida execução) que promovam o exercício de reimaginar a função dos espaços públicos urbanos e promover o sentimento de pertencimento da sociedade com o bem comum. O Lab da Cidade é ainda co-fundador da Rede Brasileira de Urbanismo Colaborativo.