No Dia Mundial contra o trabalho infantil, Selo UNICEF fortalece luta pelos direitos de meninos e meninas
Entre ações de prevenção e mobilização social, o projeto coloca entre suas metas o fortalecimento da garantia do direito pela infância para prevenir o Trabalho Infantil.
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Texto: Comunicação Selo Unicef
Imagens: Prefeitura de Bequimão (MA)
O Trabalho Infantil ainda é realidade bastante presente no Brasil, com raízes difíceis de superar na região da Amazônia Legal. O relatório final do Programa Trabalho Seguro, uma parceria entre Instituto Peabiru e o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, publicado em 2016, aponta que entre os entrevistados que atuam na extração do açaí 93% conta apenas com a mão de obra familiar para a atividades, envolvendo os mais jovens na coleta do fruto.
No Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) o Trabalho Infantil é referendado em 20 artigos que de forma geral proíbem qualquer tipo de trabalho até os 13 anos e, a partir dos 14 anos, somente na condição de aprendiz, garantindo o tempo para estudo e aprendizagem.
Com mais de mil famílias entrevistadas, o relatório também refere as leis que definem o trabalho infantil, apontando este tipo trabalho como violação de direitos das crianças. Do ponto de vista da agricultura familiar, o trabalho iniciado de forma precoce compromete o processo de aprendizagem da atividade, além de ameaçar a futura reprodução social e continuidade das práticas de subsistência. O articulador do Selo UNICEF no município de Atalaia do Norte, na região de Alto Solimões, no Amazonas, conta que essa realidade é comum e que a prefeitura do município trabalha sistematicamente para levar orientações às famílias quanto aos direitos de meninos e meninas.
“Temos conhecimento da utilização de crianças e adolescentes na colheita da safra [do açaí]. Junto ao Conselho Tutelar e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) fazemos mapeamento e, a partir da identificação de casos, fazemos o cadastro dessas crianças no CAD-ÚNICO. Todos os anos enfatizamos as campanhas, incluímos na jornada pedagógica dos professores e também com os povos indígenas da região”, relata o assistente social.
O Selo UNICEF é uma iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) que tem como objetivo contribuir com a redução das desigualdades e a garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes do Semiárido e da Amazônia brasileira. Na parceria técnica entre o UNICEF e o Instituto Peabiru, iniciada em 2013, o Peabiru atua na mobilização e capacitação dos municípios participantes do Selo, promovendo engajamento de gestores, técnicos e lideranças comunitárias para melhoria dos indicadores sociais da infância e adolescência.
Ainda sobre o papel do Selo Unicef no município de Atalaia do Norte (AM), o articulador relata a importância das ferramentas da metodologia para fortalecer políticas públicas para a infância e juventudo. “Nessa edição do Selo Unicef enfatizamos muito o Busca Ativa Escolar, e tivemos um trabalho muito exitoso na volta das crianças e adolescente para as escolas, orientando as famílias para que elas entendam que o futuro dos seus filhos se dá a partir dos estudos”.
O cenário de desinformação e violação dos direitos da infância, reflete a realidade de muitas famílias agricultoras, e demonstra a importância de mobilizações sociais no combate ao trabalho infantil e na promoção do acesso à educação pelos municípios. No Selo UNICEF, um dos Resultados Sistêmicos aborda a questão, incluindo entre as metas o registro na Plataforma Crescendo Juntos de ações previstas pela legislação. Uma delas é o registro de possíveis acidentes de trabalho, por exemplo, pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Além disso, compreende o diálogo com a comunidade por meio de ações que levem informações sobre os perigos que a criança e o adolescente passam quando expostos ao Trabalho Infantil.
O dia 12 de junho foi instituído pela Organização Internacional do Trabalho, a OIT, como Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil em 2002, ano da apresentação do primeiro relatório global sobre o trabalho infantil na Conferência Internacional do Trabalho. Desde então, a OIT convoca a sociedade, entre trabalhadores, empregadores e governos do mundo todo a se mobilizarem contra o trabalho infantil. O compromisso dos municípios no Selo UNICEF com o tema se reflete em diferentes ações nesta data.
No município de Terra Alta, no Pará, o articulador do Selo no município, Carlos Alberto de Oliveira, relatou que o Dia de Combate ao Trabalho Infantil teve panfletagem junto a comunidade. “A secretaria de Assistência e a equipe do Centro de Referência Assistência Social (CRAS) distribuiram informativos no nosso município, lembrando a data da nacional de combate ao trabalho infantil”, relatou no grupo de whatsapp do Selo UNICEF.
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Dia de Combate ao Trabalho Infantil tem ações em municípios da Amazônia
Ainda no feriado do dia 11 de junho, a Prefeitura de Macapá, no Amapá, realizou uma Blitz Educativa e Preventiva no combate ao Trabalho Infantil. Espaços como feiras populares e logradouros públicos foram alvos da ação que levou orientações, distribuiu máscaras e promoveu a colagem de cartazes referentes ao tema, além de divulgação em carro som.
No município de Iranduba o Dia de Combate ao Trabalho Infantil foi lembrado com ações de fiscalização, conscientização e de enfrentamento pela AEPETI – Ações e Estratégicas do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil em meio à pandemia provocada pelo Novo Corona vírus.
No estado do Acre, o município de Marechal Thaumaturgo iniciou a semana com a campanha “É muito covarde cortar infâncias pela metade”, que tem como slogan “COVID-19: agora mais do que nunca protejam crianças e adolescentes do trabalho infantil”. O cenário da pandemia pela COVID-19 levou o município a realizar, através das redes sociais e também na rádio local, uma palestra informativa sobre o tema.