A Casa da Floresta Unesp Peabiru inaugura como espaço de inovação socioambiental da Belém Ribeirinha na COP da Amazônia
Localizado no Acará (PA), o espaço busca articular pesquisa, cultura e inovação em torno de soluções sustentáveis que reforcem a importância da floresta em pé.

Em meio à programação urbana da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), a Casa da Floresta propõe um caminho diferente para refletir sobre os desafios ambientais e sociais da Amazônia.
Fruto da parceria entre Universidade Estadual Paulista (Unesp), por meio da Pró-Reitoria de Extensão Universitária e Cultura (Proec), e Instituto Peabiru, a Casa da Floresta Unesp Peabiru é ao mesmo tempo um conceito e um projeto concreto: um espaço de inovação socioambiental, diálogo intercultural e aprendizado coletivo, inspirado em valores de pertencimento, regeneração ecológica e emancipação social.
Localizada no município do Acará, às margens do rio Guamá e a vinte minutos do centro de Belém, capital do estado do Pará, a Casa da Floresta Unesp Peabiru funciona como um centro de capacitação, demonstração e desenvolvimento tecnológico voltado para a construção de alternativas concretas para a melhoria da qualidade de vida das comunidades.
O espaço convida a conhecer soluções sustentáveis em um ambiente vivo, onde a floresta se transforma em palco para encontros, valorização da cultura, trocas de saberes e modos de vida da Amazônia ribeirinha.
Para João Meirelles, diretor do Instituto Peabiru, a Casa da Floresta Unesp Peabiru representa um espaço estratégico para a difusão de tecnologias sociais que podem transformar a realidade de comunidades rurais e periurbanas.
“Nosso objetivo é apresentar soluções simples e reaplicáveis, como sistema de captação de água da chuva, saneamento básico acessível e o uso adequado da energia solar, que contribuem para melhorar a qualidade de vida das pessoas”, destaca João Meirelles.
Ele reforça que, enquanto a programação oficial da COP 30 está concentrada no meio urbano, a Casa da Floresta Unesp Peabiru oferece um olhar diferenciado, inserido no contexto amazônico. “Aqui temos açaizal, uma agrofloresta já implantada, abelhas sem ferrão. Queremos um espaço de diálogo nesse meio efetivamente amazônico”, conclui.
Um espaço de encontro entre ciência, cultura e floresta viva
A Casa da Floresta Unesp Peabiru será inaugurada como um laboratório amazônico de extensão universitária, cultura e bioeconomia. O espaço combina arquitetura sustentável, recursos de baixo carbono e tecnologias sociais voltadas à valorização da floresta em pé e das comunidades que nela vivem.
Inspirada nos princípios da educação popular e nos Círculos de Cultura de Paulo Freire, a Casa da Floresta Unesp Peabiru será palco para rodas de conversa, exposições, residências artísticas e científicas, trilhas interpretativas e oficinas. As atividades reforçam a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, e buscam promover a escuta, a coautoria e o diálogo entre diferentes saberes.
No espaço, o visitante poderá conhecer e vivenciar diversas tecnologias sociais desenvolvidas ou adaptadas para o contexto amazônico, como sistemas de captação e reuso de água da chuva, saneamento ecológico, uso de energia solar, manejo agroflorestal e criação de abelhas sem ferrão.
Entre as estruturas de destaque estão as geodésicas de bambu, que funcionam como espaços multifuncionais para formações, exposições e experimentações ambientais. Todas essas soluções — simples, acessíveis e replicáveis — demonstram como o diálogo entre conhecimento científico, saber tradicional e inovação social pode gerar autonomia comunitária, sustentabilidade local e novas formas de habitar a floresta.
Para a professora Juliana Cortez, assessora da Proec, o projeto arquitetônico traduz, em forma e matéria, o espírito do espaço. “A Casa da Floresta foi concebida para despertar encantamento e pertencimento. É um ambiente acolhedor em meio à exuberante natureza que circunda as geodésicas de bambu”, afirma.
Anna Cláudia Agazzi, docente do Instituto de Artes da Unesp, câmpus de São Paulo, e curadora da Mostra Imersiva, reforça a importância da integração entre diferentes saberes: “a ciência não existe de forma isolada, ela só tem sentido quando dialoga com a sociedade e com os territórios”, observa.
Agazzi também destaca a oportunidade de ampliar colaborações já existentes entre pesquisadores da Unesp e de outros estados brasileiros, criando pontes entre biomas, universidades e realidades distintas. “O projeto nos permite dar visibilidade a essas colaborações e criar novas trocas que extrapolam fronteiras regionais e disciplinares”, acrescenta.
Programação durante a COP30
Durante a COP 30, a Casa da Floresta Unesp Peabiru apresentará uma Mostra Imersiva – que une o conhecimento acadêmico, os saberes tradicionais, a cultura popular e a arte e apresenta atrativos culturais, ambientais e da bioeconomia. Trata-se de um conjunto de instalações, de caráter interdisciplinar, resultantes de um processo colaborativo que vem sendo realizado desde maio de 2025, entre a Unesp, com a participação de trinta docentes pesquisadores de diversas áreas; de acadêmicos de Belém de diferentes organizações, bem como de artesãos, comunitários e artistas da região.
Parceria Unesp e Instituto Peabiru
A parceria entre Proec/Unesp e Instituto Peabiru marca um passo significativo na integração entre ciência, tecnologia social e saberes locais. Por meio desse movimento, a universidade amplia sua atuação para além dos seus campi, associando-se à trajetória do Peabiru e à sua sólida experiência com a Amazônia.
A Casa da Floresta Unesp Peabiru é a primeira ação concreta dessa colaboração e integra uma estratégia mais ampla da Unesp de desenvolver experiências em diferentes biomas brasileiros, conectando pesquisa, extensão e inovação territorial.
O projeto pretende se firmar como um espaço de visitação e aprendizado contínuo, aberto a diferentes públicos: de pesquisadores e estudantes, a comunidades tradicionais, artistas e visitantes interessados em conhecer soluções sustentáveis.
Para Raul Guimarães, pró-reitor de Extensão Universitária e Cultura da Unesp, “A Casa da Floresta simboliza a vocação extensionista da Unesp: transformar conhecimento em diálogo e compromisso com os territórios. É uma ação que une universidade e sociedade para repensar o futuro a partir da Amazônia — esse coração vivo do planeta”, afirma.
A parceria entre a Unesp/Proec e o Instituto Peabiru prevê ações conjuntas pelos próximos cinco anos, consolidando a parceria e ampliando a atuação da universidade na Amazônia.

Casa da Floresta Unesp Peabiru
Local: Acará (PA), às margens do rio Guamá, a 20 minutos de Belém
Visitas: somente com agendamento
Informações: casadafloresta@peabiru.org.br e proec@unesp.br
Assessoria de imprensa: (91) 99376-6510
Saiba mais sobre a Casa da Floresta Unesp Peabiru pelo https://casafloresta.peabiru.org.br/ ou https://www2.unesp.br
Reserve sua visita na Casa da Floresta: https://loja-vivenciarturismopa.paytour.com.br/passeio/casa-da-floresta
Assessoria de imprensa:
Luciana Kellen (Instituto Peabiru)
Contato: 91 99376-6510 / luciana@peabiru.org.br
Comunicóloga, graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo pela Universidade da Amazônia, é especialista em Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes pela UFPA, e mestranda em Comunicação, Cultura e Amazônia também pela UFPA. Integra o Grupo de Pesquisa Comunicação, Política e Amazônia (Compoa – PPGCOM/UFPA) e no Programa Infância e Adolescência (PIA – UFPA). Com experiência em instituições particulares, Organizações Não Governamentais, Órgãos da Gestão Pública, Projetos Sociais e Campanhas diversas de promoção de políticas sociais focadas nos direitos e a proteção de meninos e meninas, atualmente está como gerente de comunicação e engajamento pelo Instituto Peabiru. Na área da Infância e Adolescência atua como Conselheira do Direito da Criança e do Adolescente do Pará pela sociedade civil no biênio 2023/2025, é bolsista da Escola de Conselhos do Pará do Instituto de Ciências da Educação da UFPA, esta como integrante do Fórum de Erradicação do Trabalho Infantil e do Comitê Interinstitucional de implementação do SIPIA Conselho Tutelar do Pará.
Raphael Amador (Proec/Unesp)
Contato: 11 5627-0549 / raphael.amador@unesp.br
Graduado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais. Como redator, editor e tradutor, possui mais de 10 anos de experiência em edição de sites/blogs, produção de conteúdo, reportagens, entrevistas, pesquisa de pauta, mídias sociais, tradução e revisão de textos, relacionamento com stakeholders, planejamento e execução de campanhas e gestão de equipe. Desde 2023 é servidor público na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), na qual exerce a função de Assistente Técnico Administrativo na Pró-Reitoria de Extensão Universitária e Cultura (Proec), com atuação no núcleo de comunicação.
Ficha Técnica
Texto: Amanda Santos.
Imagens: Franklin Salvador.
Coordenação geral: Luciana Kellen.