O Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas e da Auto Sustentabilidade (IDEAAS) e o Instituto Peabiru apresentam o programa Luz para uma Vida Melhor, apoiado pela Fundação C.S. Mott. Esta iniciativa se dedica a atender grupos sociais de baixa renda e alto grau de exclusão energética. A parceria envolve, ainda, o Grupo de Estudos e Desenvolvimento de Alternativas Energéticas – GEDAE, da Universidade Federal do Pará – UFPA; o Movimento das Mulheres das Ilhas de Belém – MMIB; e a Paróquia São Francisco das Ilhas.
A primeira ação
O Luz para uma Vida Melhor inicia-se com a instalação de sistemas autônomos de serviços energéticos para 22 residências e um centro religioso na Comunidade Nossa Senhora da Conceição, Ilha de Paquetá, Belém. O local foi escolhido em função de pesquisa realizada e 2014 pelo Instituto Peabiru a partir de recomendação do Movimento das Mulheres das Ilhas de Belém, apontando a vulnerabilidade destas famílias em termos de insegurança energética.
A tecnologia instalada para iluminar estas residências é o que o IDEAAS denomina de Kit “Bakana solar”. Este kit foi preparado para atender uma demanda por: 1. iluminação residencial básica, 2. ponto para carga de celular; e 3. lâmpada para espantar morcegos (acesa durante toda a noite). São soluções simples, mas com alto impacto na qualidade de vida das famílias.
“O kit ‘Bakana Solar’ é resultado de duas décadas de pesquisa e desenvolvimento de soluções energéticas de baixo custo e fácil instalação, principalmente direcionada para populações rurais isoladas”, diz Fabio Rosa, do IDEAAS.
O projeto inova ao propor um condomínio para promover a auto-gestão do sistema. Assim, cada beneficiário contribui com um pequeno valor mensal, que é guardado por um responsável escolhido pela comunidade. A proposta é arrecadar recursos para financiar a troca de baterias prevista para cada 2 ou 3 anos e para eventual manutenção (troca de lâmpadas, fusíveis etc.). Em princípio, a vida útil do painel solar é de duas décadas.
Outra preocupação do Luz para uma Vida Melhor é buscar a maior autonomia possível dos sistemas instalados. Assim, uma das ações consiste em capacitar atores locais para suporte técnico, o que estimula o desenvolvimento da cadeia produtiva local de energias sustentáveis.
Potencial para a inclusão energética
O Luz para uma Vida Melhor demonstra que é possível atender àqueles não contemplados pelas políticas públicas atuais, como o programa federal Luz para Todos. Apenas na Amazônia brasileira, há mais de 1 milhão de famílias no meio rural, principalmente de povos e comunidades tradicionais. A maioria sofre com o alto grau de exclusão energética. Isso tem graves consequências em suas vidas, especialmente para grupos mais vulneráveis – crianças, jovens e mulheres –, em termos de saúde, educação e oportunidades de geração de renda, sem falar na dificuldade de acesso a itens básicos da vida moderna, como geladeira, televisor, telefone e computador. Para João Meirelles, do Instituto Peabiru, “são soluções energéticas sustentáveis como esta que garantem imediato acesso à energia de baixo custo a cada família da Amazônia rural e, mesmo do Brasil”.
Mais sobre o Luz para uma vida melhor
Para mais detalhes sobre a construção de capacidade local, acesse o relatório do treinamento de agentes técnicos solares.
Imprensa
Placas solares fazem a diferença na ilha de Paquetá em Belém (Programa É do Pará, 31 de outubro de 2020)
Programa Luz para uma vida melhor beneficia famílias ribeirinhas (Jornal Diário do Pará, edição impressa de 13 de agosto de 2017)
Kit de energia solar muda vida de ribeirinhos (Jornal SBT Pará, edição de 14 de agosto de 2012)