Balanço do ano de 2017 para o Instituto Peabiru

Por Instituto Peabiru
Publicado em 24/01/2018

Diante da crise política e econômica brasileira, o ano de 2017 foi bastante desafiador para as organizações da sociedade civil, dificultando a realização da missão institucional do Peabiru, bem como a renovação e a obtenção de novos recursos. Mesmo assim, avançamos, em nossos compromissos com as comunidades e com a sustentabilidade, com uma estrutura administrativa mais enxuta e redobrado cuidado na gestão.

Destacam-se duas ações: 1. O Projeto Néctar da Amazônia, apoiado pelo BNDES (Fundo Amazônia) em que, de forma inédita no Brasil, seguimos na consolidação da cadeia produtiva do mel de abelhas sem ferrão; e 2. A contratação com o UNICEF de nova edição do Selo UNICEF 2017–2020, visando contribuir para que os mais de 750 municípios dos 9 estados da Amazônia ampliem a sua agenda para os direitos das crianças e adolescentes, o que se constitui no mais importante contrato da história da organização.

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Em termos geográficos, além de atuarmos em diferentes agendas no âmbito amazônico, seguimos priorizando o Pará e, em especial o Marajó; e a Região Metropolitana de Belém (particularmente suas áreas ribeirinhas) e a Região da Palma (Nordeste Paraense). Considerando-se os 4 eixos de trabalho, importante destacar:

  1. Assistência técnica a Agricultores Familiares, Povos e Comunidades Tradicionais

–        Os avanços para a consolidação da cadeia produtiva do mel de abelhas sem ferrão, com o apoio do BNDES (Projeto Néctar da Amazônia), em parceria indígenas (Oiapoque, AP), quilombolas (Macapá, AP) e povos e comunidades tradicionais (Almeirim, Monte Alegre e Curuçá, PA); e, a partir de 2017, com o financiamento da Fundação Banco do Brasil e a parceria com a Cooperativa Sementes do Marajó, a instalação de meliponário em Curralinho, Marajó, PA;

–        A conclusão do projeto Embarca Marajó, financiado pelo Fundo Socioambiental Caixa, em parceria com IEB e Instituto Vitória Régia, para o fortalecimento das cadeias de valor do açaí e da andiroba no Marajó, PA (Curralinho e Salvaterra principalmente);

–        A militância para que as questões de segurança no trabalho e de trabalho infantil na cadeia de valor do açaí sejam consideradas como relevantes por órgãos públicos e entes privados;

–        O avanço na parceria com o IDEAAS (RS), na formação de nova cadeia de valor para a Amazônia –  a cadeia de valor de energia sustentável para comunidades isoladas, por meio do Projeto Luz para uma Vida Melhor; e

–        A dificuldade em concluir os trabalhos contratados com o INCRA em 16 assentamentos agroextrativistas no Pará, que atendiam 2 mil famílias nas ilhas de Belém, Ananindeua, Ponta de Pedras e Cachoeira do Arari, PA, em função da inadimplência do órgão;

  1. Proteção Social a Crianças, Jovens e Mulheres

–        Após três anos apoiando o UNICEF no Selo UNICEF como convidado, como mencionado acima, o Peabiru foi selecionado para o novo ciclo 2017-2020, para apoiar o UNICEF na Amazônia. Este é parte do Selo UNICEF Amazônia e Semi-Árido;

–        Os diferentes avanços na parceria com o Movimento das Mulheres das Ilhas de Belém (MMIB), com atenção para o Projeto Luz para uma Vida Melhor, Rio Jamaci, Ilha de Paquetá, Belém;

  1. Responsabilidade Social Corporativa

–        O destaque é para o diálogo com empresas do setor da palma em particular, Agropalma, Biopalma e Denpasa, principalmente no fortalecimento da agenda da agricultura familiar e comunidades do entorno destas empresas;

–        A realização de estudos e trabalhos a convite de corporações como Suzano Papel e Celulose SA, Guamá Resíduos Sólidos (Revita, Grupo Solvi), em especial o desafio de acompanhar o respeito aos direitos humanos na reintegração de posse de terrenos da Hydro em Barcarena, Pará; e

–        O apoio ao Instituto Ethos em sua primeira Conferência Ethos 360 em Belém.

  1. Conservação da Biodiversidade

Além de participar em diferentes fóruns e conselhos, destaca-se:

–        A assinatura do Acordo de Cooperação Cientifica com IdeflorBio, do governo do Pará, em ampla agenda para unidades de conservação no estado;

–        O prosseguimento, ainda que com parcos recursos, do Programa ProGoeldi, para a revitalização do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, com o importante apoio do Banco da Amazônia; e

–        A participação na inserção em agendas como: 1. Polinizadores como serviços ambientais e 2. Restauração florestal e em diferentes conselhos de unidades de conservação e do conselho de meio ambiente do município de Belém.

Outras temáticas

Por fim, mencione-se:

–        A produção do filme Marajó Mulher pela Associação Dalcídio Jurandir, que também realizou o 1o Festival de Cinema Marajoara, no âmbito do Projeto Embarca Marajó, acima mencionado;

–        A apresentação do conceito de “proteínas de alto impacto socioambiental” para que a questão do consumo de proteínas animais seja considerada com mais atenção, especialmente da carne bovina, e em particular aquela produzida no bioma Amazônia.

Por fim, em breve apresentaremos os resultados do primeiro ciclo de auditoria externa para o período 2015–2017. E, estamos ansiosos para, em julho de 2018, comemorar os 20 anos do Instituto Peabiru, marco significativo para organizações sem fins lucrativos, especialmente para quem atua na Amazônia em agendas socioambientais.

Atenciosamente,

João Meirelles Filho, Diretor e Hermógenes Sá, Coordenador Geral

 

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