Pandemia, agricultura familiar e segurança alimentar na Amazônia

Por Instituto Peabiru
Publicado em 05/06/2020

No Dia Mundial do Meio Ambiente o Instituto Peabiru lança artigo sobre os riscos da COVID-19 na cadeia de valor do açaí e ações necessárias à proteção das famílias extrativistas que dependem da economia do fruto na Amazônia.


Atento aos desdobramentos da pandemia de COVID-19 nos territórios amazônicos e à ameaça que a doença representa especialmente aos povos e comunidades tradicionais na Amazônia, o Instituto Peabiru publica artigo especial sobre os impactos da pandemia na segurança alimentar de agricultores familiares e extrativistas. Essas populações se encontram particularmente vulneráveis aos efeitos da pandemia devido a exclusão social que limita acesso a serviços de saúde e a material e informação para prevenção. No contexto de isolamento social, somando-se as dificuldades logísticas típicas da região amazônica, se multiplicam entraves em dois sentidos principais: a chegada de apoio básico às comunidades, por um lado, e o escoamento dos produtos do extrativismo e da agricultura familiar para o mercado consumidor, por outro.

Nesse artigo, escrito a muitas mãos, nós, técnicos, colaboradores e parceiros do Instituto Peabiru, nos detemos à discussão do fluxo de saída da produção das comunidades. Nos propusemos a desenhar um panorama que evidencie os riscos no escoamento da produção alimentar das áreas rurais na Amazônia, e seus desdobramentos nas cadeias de valor das quais dependem milhares de famílias. Empreendemos esse esforço lançando um olhar sobre a cadeia de valor do açaí, especialmente sensibilizados por comunidades ribeirinhas e agricultores familiares parceiros, no Marajó e no Baixo Tocantins – que relatam temor com a aproximação da safra de açaí no contexto de pandemia.

Atualmente a produção e a extração do açaí é fonte de parte significativa da renda anual das comunidades extrativistas na Amazônia Oriental, mobilizando famílias inteiras na coleta, movimentando a venda em portos e feiras locais e o abastecimento de fábricas e batedores em cidades próximas. Buscamos discutir, portanto, como a pandemia poderá afetar os elos da cadeia produtiva do açaí, observando riscos aos produtores, comerciantes e consumidores e, ao mesmo tempo, identificar elementos na relação entre a influência da rota de comércio do açaí e a expansão da pandemia.

Para embasar a discussão, no artigo são analisados riscos potenciais que podem afetar diferentes atores na complexa cadeia de valor do açaí, com especial atenção aos produtores familiares que formam a base desta cadeia. Em uma matriz de risco são analisados potencial e impacto de diferentes cenários para atores envolvidos direta ou indiretamente nos elos da cadeia. A partir dos riscos identificados, apresentamos sugestões preliminares de ações e possíveis intervenções positivas dos setores público, privado e da sociedade civil, que possam contrabalançar os riscos e evitar a intensificação de cenários de insegurança alimentar e o aumento da vulnerabilidade social destas populações.

Uma versão resumida deste material foi publicada previamente em artigo na Revista Página 22, disponível aqui.

Leia o artigo na íntegra no link abaixo.

Artigo Pandemia, agricultura familiar e
agricultura familiar na Amazônia

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