Instituto Peabiru e Mbee – Mel de Terroir firmam parceria na aquisição de mel de abelhas sem ferrão

Por Instituto Peabiru
Publicado em 02/03/2023
Abelha operária da espécie Melipona rufiventris, conhecida como teúba ou uruçu-amarela. 
Foto: Rafael Araújo

A Mbee, empresa especializada em mel e gastronomia de São Paulo, acaba de se associar ao Instituto Peabiru para oferecer novos meles de abelhas da Amazônia.  Nesse primeiro momento, a Mbee oferecerá o mel de Curuçá, município do nordeste do Pará conhecido por seus manguezais e região costeira. São duas as espécies criadas por agricultores familiares parceiros do Instituto Peabiru: a Melipona compressipes, também chamada de tiúba ou uruçu-cinzenta; e, a Melipona rufiventris, conhecida como teúba ou uruçu-amarela.

Há mais de 15 anos, o Instituto Peabiru criou o Programa Abelhas da Amazônia para valorizar a cadeia de valor da meliponicultura (a criação de abelhas sem ferrão). O Programa abrange agricultores familiares, indígenas e quilombolas de diferentes municípios do Pará e do Amapá. São centenas de produtores que manejam seis espécies exclusivas da região, em variados ambientes, como florestas de terra firme, florestas de maré e várzeas. 

A parceria com a Mbee estabelece um novo modelo de negócios, além do mel oferecido diretamente ao consumidor. Afinal, a Mbee busca atender a diferentes nichos, inclusive utilizando o mel das abelhas sem ferrão como ingrediente de cerveja artesanal.

João Meirelles, diretor do Instituto Peabiru, aponta para a importância da parceria, na medida que o grande desafio é tornar o produto conhecido. “O que a maioria das pessoas conhece como “mel” se refere ao produto das abelhas europeias e africanas, que vieram para as Américas há menos de 200 anos. As abelhas originárias das áreas tropicais das Américas, e estamos falando algo próximo a uma centena de abelhas somente na Amazônia, oferecem diferentes meles, ou seja, um novo universo de sabores, um produto praticamente desconhecido. E, isso sem falar na geração de renda para comunidades tradicionais e no papel crucial das abelhas para a polinização das florestas e das culturas agrícolas”, explica Meirelles.

Eugênio Basile, gestor da Mbee, conta que, desde sua criação, a empresa se dedica a um forte trabalho de divulgação das abelhas nativas brasileiras em diversos segmentos, principalmente na gastronomia. Basile também conta que trabalhar com os meles dos projetos do Instituto Peabiru é um sonho realizado. “Ter os meles dos projetos do Peabiru era um sonho antigo que agora se realiza. A Mbee mostra um pouco da diversidade brasileira através de meles vindos de 14 estados do Brasil, sempre oriundos de pequenos produtores, que fomentam a preservação das abelhas e do meio ambiente onde são criadas, sendo uma importante fonte complementar de renda para essas famílias”, complementa.

Programa Abelhas da Amazônia

Iniciado em 2007, o Programa Abelhas da Amazônia é uma das mais antigas ações do Instituto Peabiru. O seu início foi justamente em Curuçá e, a partir de diferentes aprendizados alcançou o formato atual, sendo considerado como uma das maiores iniciativas no Brasil dedicadas à criação de abelhas sem ferrão (meliponicultura) e de divulgação de sua importância para a conservação da biodiversidade e para os serviços ambientais da polinização.

Seus principais esforços referem-se a apresentar uma opção complementar de renda familiar sustentável (e com impactos de gênero, uma vez que o cuidado com essas abelhas se prova compatível com as atividades tradicionalmente desenvolvidas por mulheres), baseada na biodiversidade brasileira. Atualmente, participam do Programa mais de 120 produtores de 20 comunidades rurais de oito municípios no Pará e Amapá, além de outras comunidades parceiras no Amazonas.

Meliponário do programa Abelhas da Amazônia. Foto: Instituto Peabiru

Para a difusão da meliponicultura, o Instituto Peabiru criou o projeto “Amigo das Abelhas da Amazônia”, realizado no município de Acará, Pará, e financiado pelo Instituto Clima e Sociedade (ICS). O projeto já alcança 40 famílias, oferece às famílias participantes: assistência técnica com profissionais especializados, e estrutura para a formação dos meliponários em seus terrenos. As famílias selecionadas participam da definição conjunta da agenda de visitas técnicas e de treinamentos. Entre os temas abordados estão a introdução à meliponicultura, a alimentação das abelhas e a reprodução de colmeias.

Clique no botão abaixo e saiba mais sobre o Programa Abelhas da Amazônia.

Clique no botão abaixo e saiba mais sobre o Projeto Amigo das Abelhas da Amazônia.

Mel para todo o Brasil

Os produtores vendem a sua produção diretamente no mercado local ou para o Instituto Peabiru. Quando o Instituto Peabiru adquire o produto, realiza a coleta e o transporte em recipientes de maiores dimensões e com protocolos de segurança alimentar. A produção segue para uma unidade de beneficiamento parceira em Belém, onde é envasado e rotulado em potes de 150 ml, com o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF). Os produtos estão disponíveis na loja virtual Peabiru Produtos da Floresta, e em diferentes locais de Belém, veja nossos contatos abaixo.

Conheça a Mbee

A Mbee tem a missão de estimular o uso do mel no mercado brasileiro, desde a culinária cotidiana até a alta gastronomia e coquetelaria. A Mbee tem em seu DNA a preocupação com os impactos ambientais positivos gerados pela polinização e, também, atua com curadoria, manejo e venda de meles de abelhas nativas, ou melíponas, sem ferrão.

Com as viagens Brasil afora, a Mbee pretende fomentar a criação de abelhas nativas pelo país, ajudando na redução do risco de extinção e na preservação de diversas espécies da flora nativa, bem como no fortalecimento da agricultura familiar.

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