Comunidade discute monitoramento ambiental em Curuçá
Identificar problemas e soluções é o primeiro passo para o desenvolvimento sustentável, por isso o Programa Casa da Virada, desenvolvido pelo Instituto Peabiru em Curuçá, no Pará, iniciou com a comunidade local a construção de indicadores ambientais. No último sábado, 17, no município do nordeste paraense, mais de 20 lideranças locais, representantes da sociedade civil, participaram da discussão sobre a proposta de monitoramento ambiental.
Para a professora do Instituto de Estudos Costeiros da Universidade Federal do Pará (Campus Bragança), Moirah Menezes, que coordena o processo de construção dos indicadores, a elaboração de um caderno com perguntas de monitoramento, apontadas pela própria comunidade, facilita a reflexão sobre potencialidades e soluções para os problemas ambientais. “Através das repostas das perguntas será possível quantificar e localizar os problemas, como por exemplo, listar as áreas que não tem serviço de coleta de lixo, identificar as áreas onde ocorrem atividades de desmatamento”, explica.
A questão do lixo, desmatamento e participação da gestão da Reserva Extrativista Mãe Grande Curuçá, no entorno da qual o município está localizado, são algumas das questões levantadas pelas lideranças locais. A partir deste trabalho de construção, é formatado um caderno com as perguntas de monitoramento, que poderão ser aplicadas pelos próprios comunitários, pescadores, caranguejeiros e marisqueiras. “A comunidade apontou os problemas ambientais do município e nós os agrupamos e identificamos os melhores indicadores para monitorá-los e quantifica-los”, afirma Moirah Menezes.
Todos os indicadores estão relacionados ao bem-estar social e conservação ambiental na comunidade. O exercício de reflexão sobre a própria realidade é o sentido da criação e aplicação dos indicadores, ou seja, identificar problemas e potencialidades. Para a engenheira florestal Paula Vanessa, assistente do Projeto Casa da Virada, patrocinado pelo Programa Petrobras Ambiental, da Petrobras, o monitoramento ambiental por meio de indicadores pode subsidiar documentos para cobrar políticas públicas e contribuir para mudanças de hábito familiares e pessoais. “É possível discutir soluções com o poder público , ao mesmo tempo que se olha para costumes do dia a dia, como queimar lixo ou não destiná-lo de maneira correta”, destaca.