Inclusão social, educação ambiental e saúde em foco nas novas iniciativas do Instituto Peabiru

Registro de primeira reunião do projeto Escola Ribeirinha Cotijuba, nova iniciativa do Instituto Peabiru em parceria com MMIB
Um esforço de capacitação voltado para mulheres com o objetivo de promover a inclusão social; a participação de jovens ribeirinhos e ribeirinhas no debate ambiental; o foco na saúde do jovem da região metropolitana. Três linhas de atuação diferentes, mas com um único propósito: despertar em todos os envolvidos que é possível engajar mulheres e jovens em temas do nosso cotidiano. Estas são pautas que, muitas vezes, os diretamente envolvidos não participam ativamente: a igualdade de gênero no interior (a relação entre o homem e a mulher ribeirinha), o respeito aos recursos naturais (o jovem ribeirinho e o futuro do rio em que vive) e a saúde de nossos adolescentes (atualmente com mais acesso à informação, mas expostos aos riscos sexuais de sempre).
Estes são os caminhos norteadores das três mais novas iniciativas do Instituto Peabiru. Os projetos “Escola Ribeirinha de Cotijuba” e “Viva Melhor Sabendo Jovem”, já estão em execução, enquanto o “Este Rio é Minha Escola”, aguarda liberação de recursos, mas já está em fase de mobilização e escolha do público beneficiário que participará das atividades.
Confira, abaixo, os detalhes de cada uma das iniciativas.
- Escola Ribeirinha de Cotijuba
Apoiado com recursos do Instituto Renner, o projeto “Escola Ribeirinha de Cotijuba”, é uma parceria entre o Instituto Peabiru e o Movimento das Mulheres das Ilhas de Belém (MMIB). O propósito é de promover a inclusão social e a melhoria da posição (status) de mulheres e jovens da Ilha de Cotijuba, Belém, Pará. Esta inclusão será por meio do fortalecimento do Grupo de Produção de Artesanato, identificado como negócio de base comunitária pelo MMIB.
Este grupo é formado por mulheres e é um dos pilares da geração de renda e redução da pobreza, promoção da igualdade de gênero e conservação ambiental. A idéia é fortalecer principalmente o desenvolvimento e a comercialização de biojóias (colares, brincos, pulseiras e adereços com sementes, fibras etc.) utilizando matérias primas presentes na região das ilhas, bem como papel artesanal feito com plantas locais. A ação será por meio de assessoria técnica permanente, que atuará em pelo menos três visitas mensais, em que se realizam oficinas, segundo a metodologia de pesquisa-ação.
A primeira ação ocorreu no final do mês de novembro, no qual uma reunião com representantes do Instituto Peabiru e MMIB se encontraram com potenciais parceiros – Governo do Estado do Pará, através da Secretaria de Turismo (Setur) e o Instituto Capim Santo. “Chamar novos parceiros é essencial para este projeto gerar o resultado que esperamos, uma vez que para fortalecer as cadeias de valores produzidas na Belém Ribeirinha, é preciso abrir algumas frentes que gerem visibilidade, como o turismo”, explica João Meirelles Filho, diretor geral do Instituto Peabiru.
Parceria de longo prazo – Desde 1999, o Movimento das Mulheres das Ilhas de Belém – MMIB, atua como organização comunitária, congregando cerca de 100 mulheres, homens e jovens, em busca de melhoria da qualidade de vida. O MMIB luta pela igualdade de Gênero, oportunidades de renda para a mulher e o jovem, educação e cultura. Desde 2006, MMIB e Instituto Peabiru realizam iniciativas em conjunto. Esta proposta faz parte da estratégia do Instituto Peabiru, que busca através das atividades no território da Belém Ribeirinha, promover o fortalecimento das capacidades humanas locais ao mesmo tempo que valoriza a sociobiodiversidade.
- Viva Melhor Sabendo Jovem
Iniciativa que surge através da iniciativa “Protagonismo de Adolescentes na Plataforma dos Centros Urbanos (PCU) Belém”, executado pelo Instituto Peabiru em parceria com o UNICEF, a Prefeitura de Belém e o Governo do Estado do Pará, o projeto “Viva Melhor Sabendo Jovem”, tem como foco levar informação sobre os riscos de doenças sexuais para jovens da capital paraense e envolve-los a fim de torná-los protagonistas no debate. Ao todo, serão 430 adolescentes e jovens de 20 escolas públicas do município de Belém, além de pais e responsáveis.
Previsto para ter duração de 12 meses, o projeto iniciou em outubro. Este tem como resultados esperados a sensibilização e mobilização de pais e docentes apoiando a participação efetiva de adolescentes e jovens na proposição, controle social e tomada de decisão frente políticas públicas para infância e juventude. Isso significa gerar neste adolescente e jovem competências para realizarem e proporem conteúdos de programas e políticas públicas de abrangência comunitária e/ou municipal, com temas relativos à cultura de paz, prevenção das DSTs/HIV/Aids, sífilis, hepatites, direitos sexuais e reprodutivos, uso abusivo de álcool e outras drogas.
Para tal, serão realizadas reuniões nas escolas, estreitar relacionamentos com pais e responsáveis para apoiar o trabalho comunitário de lideranças jovens e formar 30 lideranças juvenis para o aconselhamento pré e pós teste de doenças sexuais, entre outras ações.
“Os desafios são diversos. Temos que enfrentar um complexo cenário que engloba a questão de gênero, orientação sexual e identidade de gênero, por exemplo. Então temos pela frente um trabalho na desconstrução e na desnaturalização de ideias e conceitos, principalmente com relação a mitos, tabus e preconceitos”, conta Selli Rosa, coordenadora do projeto pelo Instituto Peabiru.
- Este Rio é Minha Escola
O mais novo projeto apoiado pelo Criança Esperança, o “Este Rio é Minha Escola” está em fase inicial de mobilização e aguarda a liberação de recursos. Já aprovado, a iniciativa irá formar 80 jovens de Curralinho (Marajó-PA) como Agentes Ambientais ao longo de um ano. Serão quatro turmas, com um programa didático que visa permitir aos adolescentes e jovens de Curralinho acesso a conhecimentos estratégicos sobre o ambiente em que vivem. Com isso, espera-se que eles possam contribuir para o desenvolvimento humano desse público e melhoria da autoestima e sentimento de pertencimento através da educação ambiental e suporte aos professores da rede pública de ensino do município.
Além disso, o projeto também irá disseminar a estratégia no município através da formação de multiplicadores. Serão capacitados 40 professores da rede pública de Curralinho na temática “Educação para o desenvolvimento sustentável”.
“A ideia deste projeto é que a participação comunitária se fortaleça com o empoderamento dos adolescentes e jovens através dos trabalhos de educação para o desenvolvimento sustentável. Para isso, as aulas teóricas serão complementadas com atividades práticas que estimulem a reflexão e análise da realidade e contribuam para a melhoria da autoestima dos alunos”, explica Manoel Potiguar, gerente de projetos do Instituto Peabiru.