Fórum de investimentos e negócios sustentáveis encerra com investimentos em startups amazônicas com impacto socioambiental.

Por Instituto Peabiru
Publicado em 16/11/2018

Fórum de investimentos e negócios sustentáveis em Manaus se encerra com investimentos de mais de R$ 1 milhão em startups amazônicas com impacto socioambiental.

 

Entrega do Prêmio PPA - Divulgação FIINSA 2

Entrega do Prêmio PPA | Foto: Divulgação FIINSA

 

Uma rodada de negócios que vai desembolsar R$ 1,1 milhão para aceleração de quatro pequenos negócios sustentáveis com base na Amazônia encerrou o 1º Fórum de Investimentos de Impacto e Negócios Sustentáveis na Amazônia (FIINSA) nesta quarta-feira, (14/11). Outros quatro receberam o Prêmio PPA com investimento de R$ 60.000,00 para alavancar seus negócios: Sustente, Onisafra, Da Tribu e Broto.

O encontro, que reuniu grandes empresas, investidores, ONGs e empreendedores de estados amazônicos promoveu uma competição em que representantes das quatro empresas selecionadas entre mais de 80, enfrentaram o desafio de apresentar seus negócios em apenas 5 minutos para investidores como Sitawi, Nesst, Conexus, Bemol e para a plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA).

Além de apresentar seus negócios “ao vivo” , os empreendedores da Encauchados de Vegetais da Amazônia, Manioca, Peabiru Produtos da Floresta e Ração+ tiveram que responder aos questionamentos dos “sharks” (tubarões), que foram bem detalhistas – queriam saber de planos de crescimento a como iriam aumentar seu impacto socioambiental. Depois da sessão de negociação, os empreendedores saíram felizes e com muitos aplausos da plateia. Joanna Reis, fundadora da Manioca, que trabalha com alimentos de alta qualidade, ficou emocionada ao receber o investimento: “É toda uma história para chegar aqui. Muito obrigada. Posso prometer que toda a equipe da Manioca estará muito focada em trabalhar nisso”, disse receber a proposta de investimento de R$200mil.

 

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Peabiru Produtos da Floresta no Shark Tank para Investimentos de Impacto apresentando o Mel de Abelhas Sem Ferrão de comunidades tradicionais da Amazônia. | Foto: Mariana Buoro

 

Aprendizados

Dentre os desafios apontados, estão: (1) a pouca disponibilidade de capital de impacto, (2) a necessidade de políticas públicas que atendam às necessidades das comunidades produtivas da região, (3) a qualificação associada a pesquisa e desenvolvimento, (4) necessidade de ampliar iniciativas de incubação e aceleração de negócios, (5) necessidade de maior conexão entre os atores do ecossistema, (6) logística e infraestrutura, (7) violência no campo, (8) necessidade de mudança da cultura empreendedora em relação à pecuária e madeira, (9) alavancar mais negócios na chamada “Amazônia profunda” com mais envolvimento das comunidades tradicionais.

Já as oportunidades incluem: (1) público crescente disposto a consumir produtos com a marca Amazônia e ligados à sociobiodiversidade, e conservação da biodiversidade (2) novos recursos e modelos de financiamento chegando, (3) uma nova geração que assume os negócios com olhar mais apurado para estas questões e aberta a mudar.
“A realização de um evento como o FIINSA em Manaus é muito importante. Normalmente os eventos dessa natureza são realizados no sudeste, ou em Brasília. Esse Fórum abre uma agenda que deve ser tornar cada vez mais perene e contribuir mais e mais para que investimentos de impacto e negócios sustentáveis tenham condições para se desenvolver na Amazônia”, afirma Mariano Cenamo, do Idesam e coordenador da Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA), promotora do FIINSA.

 

A Amazônia gera menos de 8% do PIB de todo o Brasil, e os negócios de impacto podem ajudar a virar esse jogo e ainda proteger a floresta. O que não será possível sem melhorar a vida das pessoas que nela vivem.

No FIINSA, entre 13 a 14 de novembro, estiveram reunidas mais cerca de 290 pessoas de diversos estados da Amazônia para debater investimento negócios de impacto na região, buscando a conexão entre os atores desse ecossistema: empreendedores, investidores, aceleradoras, incubadoras, empresas, institutos, fundações e academia. Todos com o mesmo propósito de fomentar e alavancar negócios focados na valorização da sociobiodiversidade na conservação da biodiversidade, envolvendo comunidades tradicionais e buscando novos paradigmas para o desenvolvimento territorial sustentável.

Deste público, cerca de 80% veio a Manaus em busca de conexões e networking e mais de 50% já fez negócios na Amazônia.
O FIINSA deve ter uma próxima edição em 2019 ou 2020, e até lá o desafio é manter a conexão permanente entre todos para o fortalecimento do campo.

 

Palestras

Laurent Micol, da PECSA (6)

“É preciso atrair mais atores, que precisam ser mais realistas para lidar com as especificidades da região”, explicou Leonardo Letelier, da Sitawi, que realizou o estudo. | Foto: Divulgação FIINSA

Também durante o FIINSA foi lançado o estudo Investimento de Impacto na Amazônia – Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável, que buscou identificar mecanismos de investimento, tipos de empreendimento, cadeias de valor, obstáculos e oportunidades ao investimento na região.

“É preciso atrair mais atores, que precisam ser mais realistas para lidar com as especificidades da região”, explicou Leonardo Letelier, da Sitawi, que realizou o estudo.

Investidores querem escala, valor, tecnologia, inovação e impacto. Além, e claro, de retorno financeiro. Para os empreendedores, o importante e o compromisso de quem investe com o negocio nascente, como explicou Laurent Micol, da Pesca (especializada em recuperar pastos degradados e promover pecuária sustentável em Mato Grosso): “A gente se embala, quer fazer uma coisa grande, com os indicadores que o investidor quer ver. Mas se pudesse começar de novo, faríamos a metade dos 10 mil hectares que temos hoje, no dobro do tempo”.

A marca Amazônia também foi lembrada como uma grande oportunidade, mas para Raphael Medeiros, diretor-executivo do Centro de Empreendedorismo da Amazônia “os produtos têm que ser bem vestidos (embalagens) e ter certificação”. Pela distancia, chegam mais caros aos mercados, mas o foco tem que ser o impacto socioambiental e a qualidade que chega ao consumidor”. Depois de vários ciclos de exploração de recursos naturais que não deixaram riqueza, “esta claro que o caminho e o do comercio justo, com impactos positivos sobre a floresta e sobre as pessoas”.

 

Sobre a PPA – A Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) busca o maior engajamento de empresas na busca por soluções concretas e abordagens de negócios para promover o desenvolvimento social e econômico, aliado à conservação ambiental na Amazônia. A plataforma é coordenada pelo Idesam, com apoio da USAID e CIAT, com orientação de um comitê de governança composto por empresas como Ambev, Bemol, Coca-Cola Brasil, DD&L Advogados, Dow, Grupo Nova Era, KPMG, Natura, Whirlpool e Rede Amazônica.
Saiba mais sobre a PPA em http://ppa.org.br.

 

Contatos para imprensa:
Comunicação Idesam – Samuel Simões Neto samuel.simoes@idesam.org.br
(92) 98153-0674 | 3347-7350

Comunicação USAID – Juliana Nogueira
junogueira88@gmail.com
(61) 98341-3638

 

Comunicação FIINSA

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