Instituto Peabiru e Fundação SETEC firmam parceria no projeto Quilombo Solar

Por Instituto Peabiru
Publicado em 16/01/2023
O projeto Quilombo Solar irá atender mais de 150 pessoas no território quilombola Laranjituba e África, nos municípios de Abaetetuba e Moju, no Pará.

O Instituto Peabiru passa a contar com o apoio da Fundação SETEC no projeto Quilombo Solar, parte do Programa Luz Para Uma Vida Melhor, parceria entre o Instituto Peabiru e o Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas e da Auto Sustentabilidade (IDEAAS). Esta iniciativa se dedica a atender grupos sociais de baixa renda e alto grau de exclusão energética na Amazônia.

O projeto Quilombo Solar foi desenvolvida buscando atender as principais demandas energéticas de populações quilombolas, com uso comunitário e produtivo, para mostrar que é possível alcançar autonomia energética através da instalação de sistemas de energia solar fotovoltaica.

O projeto irá atender mais de 150 pessoas no território quilombola Laranjituba e África, localizado nos municípios de Abaetetuba e Moju, no Pará. Com duração de nove meses, o projeto visa aumentar a capacidade produtiva da comunidade, principalmente nas cadeias de valor do açaí e da mandioca, além de desenvolver o turismo de base comunitária. Estas atividades tem potencial para geração de renda, através do beneficiamento de produtos e capacitação da comunidade, além de contribuir para segurança alimentar por meio do acesso à energia sustentável e água de qualidade.

Para Raimundo Magno, liderança do Quilombo Laranjituba e África, a região padece com a falta de energia regular. Magno explica que a região dispõe de energia elétrica 24h, mas a distribuição não é regular. “Acho que de quase 80 casas, talvez só 10 tenham energia regular. Por conta disso, as famílias têm muito prejuízo, perdem equipamentos e deixam de estudar, porque precisam de internet e, para isso, precisam de energia elétrica para funcionar. Então é todo esse processo de prejuízo. Com distribuição regular de energia as pessoas poderiam comprar equipamentos eletrônicos que facilitariam e melhorariam suas vidas”, complementa.

A liderança quilombola acredita que a instalação dos novos equipamentos de energia fotovoltaica irá contribuir na melhoria da qualidade de vida da comunidade e no fomento à comercialização dos produtos produzidos por eles. “Esse serviço de energia fotovoltaica vai contribuir muito na melhoria da qualidade de vida e potencializar a comercialização dos produtos. Aqui na comunidade a produção de polpa de frutas é alta, mas não há como armazenar, já que a falta de distribuição regular de energia pode estragar o produto. Agora, com a instalação dos equipamentos, será possível revender e comprar alimentos que precisam ser refrigerados na geladeira sem o risco de estragar. O projeto vai nos ajudar”, afirma Nascimento.

A Fundação SETEC fornece apoio financeiro para projetos sociais e ambientais dirigidos por estruturas de interesse geral sem fins lucrativos sediadas na França e em outros países.

Programa Luz Para Uma Vida Melhor

Dona Ermelinda sorri com a instalação de novo bico de luz em sua casa, instalado em 2017 através do projeto Luz Para Uma Vida Melhor. Ilha de Paquetá, Belém (PA). Foto: Instituto Peabiru

O Luz para uma Vida Melhor teve início com a instalação de sistemas autônomos de serviços energéticos para 22 residências e um centro religioso na Comunidade Nossa Senhora da Conceição, Ilha de Paquetá, Belém. O local foi escolhido em função de pesquisa realizada em 2014 pelo Instituto Peabiru a partir de recomendação do Movimento das Mulheres das Ilhas de Belém, apontando a vulnerabilidade destas famílias em termos de insegurança energética.

 A tecnologia instalada para iluminar estas residências é o que o IDEAAS denomina de Kit “Bakana solar”. Este kit foi preparado para atender uma demanda por: 1. iluminação residencial básica, 2. ponto para carga de celular; e 3. lâmpada para espantar morcegos (acesa durante toda a noite). São soluções simples, mas com alto impacto na qualidade de vida das famílias.

O projeto inova ao propor um condomínio para promover a autogestão do sistema. Assim, cada beneficiário contribui com um pequeno valor mensal, que é guardado por um responsável escolhido pela comunidade. A proposta é arrecadar recursos para financiar a troca de baterias prevista para cada 2 ou 3 anos e para eventual manutenção (troca de lâmpadas, fusíveis etc.). Em princípio, a vida útil do painel solar é de duas décadas.

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