Instituto Peabiru debate a cadeia de valor do açaí na Universidade de São Paulo

Por Instituto Peabiru
Publicado em 23/02/2024

Com peixe-frito, farinha e charque. Ou com mel, granola e outras frutas. Não importa a sua preferência, apesar de algumas formas de consumo serem motivos de debates acalorados nas redes sociais, o açaí está em moda e, mais importante, em alta quando o assunto é aquecer a economia. Dados do IBGE de 2022 apontam que a produção do fruto foi de mais de 1,6 milhões de toneladas naquele ano, sendo cerca de 1,5 milhões somente no estado do Pará. Estima-se que o valor bruto do açaí sofreu uma valorização de quase 10% nos últimos 5 anos.

São dados apenas relacionados à produção do fruto in natura, com boa parte proveniente de áreas de extrativismo por comunidades ribeirinhas, mas que mostram a importância do açaí para economia baseada na floresta em pé e que se reflete em todo o país e no mundo. 

Mas como toda cadeia produtiva, a do açaí apresenta desafios que merecem ser discutidos e estudados. É o que os profissionais do Instituto Peabiru, Thiara Fernandes, coordenadora de campo, e Manoel Potiguar, gerente de projetos, apresentaram na tarde desta quarta-feira (21), em São Paulo, durante a disciplina “Governança Ambiental: Bioeconomia na Amazônia”, do Programa de Pós-graduação em Administração 2023 da Universidade de São Paulo (USP).

Sob o título “As cadeias de valor da bioeconomia na Amazônia III: açaí”, Thiara e Manoel abordaram o contexto atual da produção do fruto na região amazônica, em especial no Pará. “O Pará, além de ser o maior produtor nacional do açaí, também é o maior consumidor. Isso porque 60% da produção fica no estado. Ou seja, apesar de estar em alta em outras regiões, o açaí ainda é colhido e consumido da maneira mais tradicional. Então precisamos entender como todo esse aumento no interesse nacional e internacional impacta no modo de vida ribeirinho”, reflete Manoel Potiguar.

“É preciso entender as peculiaridades históricas do açaí para além das implicações econômicas também. Esta é a primeira vez que um ciclo produtivo não está em posse de poucos produtores. As comunidades tradicionais como um todo se beneficiam, mas ao mesmo tempo são o elo mais fraco e sofrem com a falta de uma regularização da atividade”, reforça Thiara.

O Instituto Peabiru tem acompanhado as discussões a respeito deste tema. “Nós já realizamos algumas iniciativas que apontaram, por exemplo, a necessidade de se debater as condições de trabalho destes produtores”, relembra Manoel. “Nós também propomos uma reflexão sobre as estratégias que devem ser desenvolvidas, não com o foco que é dado para grandes empreendimentos, mas sim com um olhar mais coerente para a realidades destes produtores que sofrem com a falta de serviços básicos, como educação, saúde e segurança pública”, comentou Thiara.

A disciplina “Governança Ambiental: Bioeconomia na Amazônia” é parte do projeto de pesquisa “Bioeconomia – Estudos das cadeias de valor no estado do Amazonas”, realizado pela USP e que tem o Instituto Peabiru como uma das instituições parceiras. O objetivo da iniciativa é identificar fatores críticos para elevar a competitividade de cadeias produtivas com base na biodiversidade no Estado do Amazonas, com alto potencial de consumo no Estado de São Paulo. Saiba mais sobre a iniciativa em www.bioeconomia.fea.usp.br.

Saiba mais sobre as iniciativas do Instituto Peabiru sobre o tema clicando aqui.

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