Técnico Cleiton Santos no Meliponário da abelha silvestre Uruçú Amarela (Melipona flavolineata), Curuçá, PA. Novembro, 2015.
Foto: Rafael Araújo
Trata-se do programa mais antigo da instituição, que recebeu diferentes nomes e alcança o formato atual. Este Programa, em operação desde 2007, passou por diferentes períodos de aprendizado e estruturação até se tornar em uma das maiores iniciativas no Brasil dedicadas à criação de abelhas sem ferrão (meliponicultura) e divulgação de sua importância para a conservação da biodiversidade e para os serviços ambientais da polinização. Seus principais méritos referem-se a apresentar uma opção complementar de renda familiar sustentável (e com impactos de gênero, uma vez que o cuidado com essas abelhas se prova compatível com as atividades tradicionalmente atribuídas às mulheres), baseada na biodiversidade brasileira.
Graças ao apoio do BNDES (Fundo Amazônia) alcançamos diversos avanços na organização da cadeia de valor, naquele momento o programa se denominava Néctar da Amazônia. E, aos esforços do Peabiru junto à SEMAS-PA e SEMA-AP, foi possível alcançar a plena legalização da meliponicultura. Assim, os produtores estão registrados no Sisfauna, do IBAMA, geridos pelas secretarias estaduais de meio ambiente; e o produto “mel de abelha sem ferrão” recebeu o registro no Ministério da Agricultura, através do SIF (Selo de Inspeção Federal), necessário a produtos de origem animal a partir de diversos aprendizados e adaptações ao processo de coleta, transporte e envase.
Atualmente, participam do Programa mais de cento e vinte produtores de vinte comunidades rurais de oito municípios no Pará e Amapá, além de outras comunidades parceiras no Amazonas. Esta atividade é considerada não apenas uma oportunidade complementar de emprego e renda, especialmente a mulheres e jovens, a partir de um recurso da biodiversidade local, como tem impacto positivo na diminuição de queimadas, controle de desmatamento, poluição da água e disposição do lixo. Além da questão econômica e ambiental, é fundamental aumentar a capacidade das comunidades locais de reclamar seus direitos básicos, como a demarcação de territórios quilombolas, e negociar em termos justos as compensatórias ambientais de grandes obras.
A forte expansão do agronegócio e a implementação de grandes obras na região exigem um posicionamento e maior participação destes povos e comunidades nas tomadas de decisão sobre os impactos desses empreendimentos. São apoiadores atuais o Instituto GPA, o Instituto Clima e Sociedade (ICS) e a Bauducco. Nos últimos anos contamos com importante apoio do BNDES (Fundo Amazônia) e da Fundação Banco do Brasil.
Em 2019 o Instituto Peabiru lançou o primeiro lote de mel produzido por abelhas sem ferrão, fruto da única cadeia certificada com selo de inspeção federal (SIF) e autorização de manejo pelo IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente). Nos últimos anos o Peabiru tem se dedicado à atuação em temáticas que envolvem o beneficiamento da produção para comercialização, através da startup Peabiru Produtos da Floresta, especialmente de produtos e serviços quem têm relação com a conservação da floresta e componentes ligados à origem, social e/ou territorial.
Projetos
Néctar da Amazônia (2014 – 2018)
Check out the institutional video of The Amazon Nectar Project.
Página do projeto Néctar da Amazônia
Notícias do Projeto Néctar da Amazônia.
Saiba mais informações sobre o Projeto Néctar da Amazônia
Lançamento pelo Peabiru do Primeiro Mel de Abelhas sem ferrão legalizado no Brasil.
Amigo das Abelhas da Amazônia (2020 – 2023)
Além de proteger a floresta com a criação das abelhas nativas, que são os principais agentes polinizadores, o projeto Amigo das Abelhas da Amazônia tem por objetivo diversificar as fontes de renda sustentável para as famílias, com a produção e comercialização de mel. É estimada a produção de meia tonelada de mel já em 2021.
Em 2020, 20 famílias do município de Boa Vista do Acará receberam 300 colmeias matrizes para início de suas atividades de meliponicultura – a criação de abelhas indígenas sem ferrão. Além das colmeias matrizes, que são as caixas com abelhas, as 20 famílias selecionadas pelo projeto também receberam colmeias vazias, que serão utilizadas para reproduzir o plantel atual e totalizar 600 colmeias produtivas. Além das capacitações já realizadas pelo projeto nas comunidades, as famílias participantes terão assessoria técnica por dois anos com a equipe de técnicos do Instituto Peabiru.
A entrega das colmeias matrizes para as 20 famílias é a etapa que consolida a parceria com as famílias no âmbito do projeto Amigo das Abelhas da Amazônia, realizado pelo Instituto Peabiru com financiamento do Instituto Clima e Sociedade. Seguindo a relação de participantes selecionados, já foram entregues 150 colmeias para as famílias da comunidade do Itacoãzinho e 150 colmeias na comunidade de Boa Vista, ambas no município de Boa Vista do Acará, no Pará.